76.

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Pierre

Tô sentadão na no sofá da sala quando escuto a Anna descendo as escadas e vindo em minha direção, se sentando ao meu lado.

Pierre: Eae mijona. — Ela se levanta mais rápido do que sentou e eu seguro o braço dela dando risada. — Tô brincando minha princesa.

Anna: Não esquece que eu tô com uma criança aqui dentro e ela aperta minha bexiga. — Ela faz um biquinho fofo e eu sou um selinho nos seus lábios.

Pierre: Fiote tá judiando de tu... — Ela balança a cabeça em positivo e me olha. — Falei que ia pedir pizza mas tô com a maior vontade de comer um hambúrguer com batata frita...

Anna: Aí que delicia, então eu quero o meu x-tudo com bacon e batata com cheddar e bacon também. — Os olhos dela chega a brilhar de fome.

Pierre: Vou pedir então, gordinha. — Mando um salve no whatsapp da lanchonete e faço nossos pedidos. — 35 minutos ou antes.

Anna: Vamos procurar alguma coisa pra assistir na tv. — Ela vai passando pela netflix e para em um filme de terror. — Topa assistir invocação do mal?

Pierre: Coloca aí pô. — Subo rapidão no quarto pra pegar uma coberta e volto na sala, me aconchegando do lado dela e apoiando uma das mãos na barriguinha.

Meia hora depois ouço a moto buzinando e a campainha tocando, pego a carteira e corro lá pra fora.

Pego as paradas e entro pra dentro de casa colocando as embalagens dos lanches e a coca em cima da mesinha de centro, vou na cozinha pegar guardanapo e copo.

Quando chego a Anna já tá com a bocona no lanche.

Pierre: Nem me esperou.

Anna: Tua cria tá com fome. — Ela sorri debochada com a bocona cheia de comida.

Pierre: Porquinha. — Me sento ao lado dela e pego meu lanche pra começar a comer também, 15 minutos depois já estamos os dois mega cheios.

Anna deitou a cabeça no meu colo enquanto prestávamos atenção na TV, meu celular começa a vibrar no bolso e pego o mesmo vendo as mensagens.

Pierre: Puta que pariu.. — A Anna me olha apreensiva e pergunta o que aconteceu. — Encontram a Carine morta com um tiro na cabeça numa vala.

Anna: Meu Deus Pierre. — Ela se levanta e passa a mão no cabelo, claramente assustada. — Com quem ela se meteu agora?

Pierre: Não faço ideia, só sei que depois daquele dia na tua loja ela sumiu do mapa. — Respiro fundo e me levanto dando um beijo casto em seus lábios. — Vou ter que ir lá minha gata, fica de boa aí tá? Quando der eu volto pra cá.

Anna: Toma cuidado Pierre, pelo amor de Deus... — Ela abraça minha cintura apertado e retribuo, sentindo o cheiro de shampoo de morango em seus cabelos.

Pierre: Sempre tomo, só vou mermo porque é lá no começo do morro....tenho que ver qual a parada e descobrir quem largou ela aqui. — Ela balança a cabeça e me solta, vou em passos rápidos em direção a garagem e subo na moto indo em direção a uma das valas que tem aqui na quebrada, onde o corpo da Carine tá.

Chego rapidão em 10 minutos no local e vejo que meus vapores estão em uma roda, obviamente rodeando o corpo.

Lopes me vê e acena, com uma expressão não muito boa, lá vem merda no meu cu.

Lopes: Tu não vai gostar nada dessa parada. — Ele aponta pro corpo da Carine e vejo que a mesma está nua, mas não é isso que realmente chama minha atenção.

O que chama a minha atenção no momento é a porra de um bilhete costurado no tórax dela.

COSTURADO.

Me aproximo para poder ler o que tá escrito e meu coração parece que vai sair pela boca a qualquer momento, meu sangue ferve de tanto ódio.

"Pensou que teria mais algum tempo em paz com sua mulher, né? Se enganou demais, esse é só um dos avisos que pretendo te dar.
Vai se arrepender por ter matado o Marcão, sabia que ele era irmão do juiz que teu parceiro matou?
Tiveram coragem de matar gente da polícia e agora vão aguentar as consequências, a próxima a ser morta e jogada na vala vai ser a dona Anna Estrella.
Mas vou fazer questão de gravar tudo que pretendo fazer com ela, tenho certeza que ela deve estar mais apetitosa ainda com aquela barriga de grávida.
Aproveita os dias com ela e seu filho, logo estará presente em dois enterros.
Dela e do seu filho."

Pierre: CARALHO! — Eu grito puto da vida e me viro pros vapores ali. — Eu quero que vocês rodem essa favela toda e vejam se não tem intruso por aqui, quero também as filmagens das câmeras lá do começo pra tentar ver quem foi que largou ela aqui...Eu mermo vou atrás de saber quem é o filho da puta que tá ameaçando minha mulher e meu filho. Ninguém entra e ninguém sai dessa favela!

Eles acenam em positivo com a cabeça e começam a se dispersar indo cada um pra um canto do morro.

Não é possível que essa porra tá acontecendo de novo, preciso dar um jeito de tirar a Anna e meu filho daqui e levar eles pra bem longe dessa merda toda.

Não posso correr o risco, não de novo. Não quando agora envolve uma mulher grávida, MINHA MULHER E MEU FILHO.

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