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Pierre

Chego na salinha da boca soltando fumaça pelas narinas, eu tô tão puto que é capaz deu matar meio mundo nessa porra.

Mexe comigo mas não mexe com minha família, ameaçando minha mulher grávida e meu filho e acha que vai ficar por isso mermo? Quando eu descobrir quem tá fazendo essas ameaças vou arrancar cada parte dos membros com a pessoa viva pra sofrer muito.

Desenrolei um lugar pra Anna ficar escondida, só tenho absoluta certeza de que ela não vai querer...conheço a teimosa de longe.

Mas não tem jeito, nem que ela vá amarrada, quero ela longe e segura dessa parada toda.

Saio da salinha e pego minha moto correndo o mais rápido possível pra casa, estaciono a mesma e vou pra dentro de casa subindo pro quarto.

Abro a porta e vejo minha mulher deitada e dormindo em um sono calmo e profundo, meu coração dói e a garganta fecha por saber que ela tá sendo envolvida nas minhas merdas de novo.

Pierre: Vida... — Me aproximo da cama e sento próximo a ela que se mexe e me olha sorrindo, sorrio de volta e acaricio seu rostinho de boneca. — Nois precisa conversar uma parada séria.

Anna: O que aconteceu amor? — Ela levanta o corpo e se senta na cama com pernas cruzadas, de frente pra mim. — Tá me assustando...

Pierre: Não precisa ficar assustada, eu só quero que você me escute bem e por favor, sem teimosia. — Falo sério olhando em seus olhos e ela franze a testa. — Tu vai pra São Paulo agora tarde, tenho um apartamento no morumbi que ninguém sabe que é meu a não ser meus seguranças e o Preto.

Anna: Como assim eu vou pra São Paulo, Pierre? O que tá acontecendo cara?

Pierre: Única coisa que vou te falar é que lá vai tá mais seguro que aqui, é por um tempo até eu resolver as paradas. O prédio todo vai tá rodeado de segurança armado até a boca pra te proteger...Eu preciso que tu vai com nosso filho pra lá e fique em segurança, beleza? Faz isso pelo seu homem, por favor Estrella.

A mulher a minha frente se levanta da cama e suspira pesadamente, passa as mãos pelo rosto e me olha com tristeza.

Anna: A gente vai ter que ficar longe um do outro? Pierre, eu não quero ficar sem você. — Lágrimas grossas tomam conta de seu rosto delicado e eu levanto para poder abraçá-la. — A gente precisa de você.

Pierre: É só por um tempo princesa, eu não posso te deixar aqui...Eu vou resolver tudo isso da forma mais rápida possível pra depois ir lá te buscar, mas faz isso por nós? Lá você vai tá protegida, você e nosso filhotinho. — Ela me abraça forte e esconde o rosto em meu peitoral, sinto a camisa molhar e seu corpo chacoalhar com o choro.

Anna: O que aconteceu? — Ela levanta o rosto e me olha nos olhos, ainda chorando. — O que tá acontecendo? E se você não voltar?

Pierre: É só isso que você precisa saber, e quando você menos esperar eu já vou tá lá em São Paulo pra buscar vocês. — Seco suas lágrimas com o dorso da mão e dou um selinho demorado em seus lábios. — Vamo arrumar suas coisas pra levar? Tu vai andar de jatinho pô...

Anna: Eu não vou ir, vou ficar aqui com você! — Ela se desvencilha do abraço e vai em direção ao banheiro da suíte, vou atrás dela e seguro em seu braço a fazendo olhar pra mim.

Pierre: Eu falei pra tu não ficar de teimosia, porra. Tu não tá entendendo que é coisa séria? Se não tá pensando em você pensa pelo menos no nosso filho! — Ela puxa o braço com força e me encara com raiva. — Anna, por favor.

Ela me ignora e sai do banheiro voltando para o quarto, abre o guarda roupa e tenta pegar uma mala que está em uma altura que ela não alcança. Chego por trás e pego pra ela.

Pierre: Deixa que eu te ajudo, pô. — Coloco a mala de rodinha a sua frente e ela começa a pegar as roupas das gavetas e colocar em cima da cama. — Vai me ignorar mermo?

Anna: Eu não sei o que eu vou fazer se você não voltar. — Ela se vira pra mim com mais lágrimas nos olhos, e consigo sentir a dor em suas palavras. — Eu preciso de você Pierre, a gente precisa de você! — Ela coloca suas mãos em seu ventre e sinto um bolo se formar na minha garganta.

Pierre: Eu já falei que quando você menos esperar eu vou tá lá indo te buscar! — Me aproximo dela e coloco as mãos em cima das dela, acariciando seu ventre. — Eu vou lutar por vocês, vocês são tudo que eu tenho de melhor...Você me faz o homem mais feliz desse mundo Estrella, nem que eu fique com sequelas ou com as pernas quebradas, eu volto por vocês!

Anna: Promete? — Faço que sim com a cabeça e ela me beija com carinho. — Você precisa ver seu filho nascer..

Pierre: E eu vou, acompanhar cada passo a passo da sua gestação e o nascimento da nossa cria. — Ela da um sorriso fraco e beijo sua testa. — Vai dar tudo certo.

Após nossa longa conversa e que consegui convencer a Anna a ir pra SP, rapidamente arrumamos todas suas coisas na mala e em algumas bolsas e logo levei tudo pro carro.

Confesso que meu coração tá batendo errado só de pensar em deixar ela em São Paulo, mas é tudo pelo bem da nossa família.

Não posso deixar que nada de ruim aconteça com eles, e quem causou tudo isso vai se resolver comigo.

Minha força vem deles, e vou lutar com bravura e fazer cada um que nos ameaçou pagar caro.

Vou voltar pra minha família e fazê-los mais felizes do que nunca, assim como me fazem feliz.

Vermelho Fogo [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora