104.

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Pierre

Passei em tanto farol vermelho que tenho certeza que a multa vai ser cara, mas fodace.

Meu filho vai nascer, porra.

Tô tentando falar com a Anna desde a hora que saímos com o carro mas ela parece estar em outro mundo, em um mundo de muita dor e grito.

Tô tentando manter a calma mas meu coração tá batendo no cu, papo reto, ver ela desse jeito me deixa muito assustado.

Chego no hospital mais rápido que o normal e estaciono de qualquer jeito na vaga, saio do carro e corro até a recepção do hospital pedindo uma cadeira de rodas e falo que tem uma mulher em trabalho de parto.

Devia ter trago a porra da cadeira da Anna que ia ser uma coisa a menos pra esperar, mas nem me liguei nisso.

Anna: PIERREEEEEEEEEE! — Ouço o grito e gemido de dor da minha mulher e vejo o momento em que tiram ela do carro e colocam na cadeira, logo o enfermeiro vem às pressas e estamos no corredor do hospital. — Me ajuda...

Pierre: Calma vida, calma. — Passo a mão no rosto dela tirando os cabelos grudados na testa de tanto suor, ela abre os olhos e os vejo vermelho por conta do choro. — Tu é forte, lembra? Logo logo o pivete tá aí.

Enfermeiro: Vamos levar ela para o quarto privativo e chamar a doutora para fazer o exame de toque, dependendo de como for lá tem uma banheira com água quente esperando por ela que pode ajudar tanto na dor quanto na dilatação, se ela não estiver com os 10 centímetros.

Aceno com a cabeça e ele nos leva até o quarto, e papo reto? Meu dinheiro pode ser o mais sujo que tem, mas ele compra coisas que com certeza se eu fosse um fodido da vida não teria como dar esse conforto pra minha mulher.

O quarto é relativamente grande, tem uma cama hospitalar bem grande no meio, duas poltronas uma de cada lado, na parede esquerda tem um sofá branco retrátil bem grande e uma mesinha de centro, também tem um banheiro com chuveiro mas o que mais me chamou atenção foi a puta banheira que tem alguns metros longe da cama.

É como se fosse uma hidro, ela é redonda e as bolhas estão fazendo barulho, o quarto em si está escuro mas com uma luz azulada refletindo no ambiente e deixando ele mais calmo.

Dra.Clarisse: Então quer dizer que o meninão quer nascer hoje? — Ela entra no quarto sorrindo e acena pra mim e depois observa a Anna. — Boa noite papais, vou fazer o exame de toque em você Anna.

Minha mulher só balança a cabeça em positivo e volta a gemer de dor, a doutora deita ela na cama e arrasta a barra do vestido dela até a cintura e faz o exame, franzo a testa vendo como é feito e fico agoniado pensando se aquilo não incomoda.

Dra.Clarisse: Muito bom Anna, você já está com 8 centímetros de dilatação. O Theo quer mesmo nascer hoje, e se continuar assim logo logo vai para os 10 e já podemos fazer o seu parto. — Ela sorri e faz alguns exames mexendo na barriga da minha mulher e também passa o aparelho para ouvirmos o coração dele. — Ele está doido para nascer.

Anna: E eu tô doida pra conhecer ele, mas tá doendo demaissssss. — Ela chora fazendo força por conta da dor e eu seguro em sua mão para beija-lá.

Pierre: Ele já tá quase pronto pra vir, vida. — Sorrio e beijo sua testa molhada de suor. — Nois pode colocar ela na banheira pra diminuir um pouco essa dor, doutora?

Dra.Clarisse: Sim, claro! E pode ajudar a dilatar mais rápido também, ajude ela a tirar esse vestido e pode colocá-la na banheira. — Tiro toda a roupa da Anna com cuidado e pego ela na colo e a coloca dentro da banheira quente, ela solta um gemido de satisfação e eu sorrio aliviado, amarro os cabelos dela com um elástico e deixo em um rabo de cavalo alto. — Depois vou pedir para você vestir a camisola Anna, e você papai, vai vestir o pijama hospitalar e a touca para receber seu garotão.

Deixo a Anna na banheira e pego a roupa e a touca que a doutora deixou separado, já vou vestir porque pode ser que depois da banheira seja tudo muito rápido e não quero perder nada.

Me visto rapidão e quando volto a fotógrafa que contratamos já está no quarto registrando tudo.

A Anna olha em minha direção e faz um bico fofo, ergue as mãos pra mim e vou até ela.

Anna: Quero sair, parece que tá piorando minha dor. — Pego ela com cuidado pelos braços e a tiro da banheiro, seco rapidamente com a toalha e visto a camisola, ela se ajeita na cama e respira fundo me olhando. — Eu tô exausta.

Pierre: Eu sei amor, eu sei... — Faço carinho em seu rosto e ela da risada olhando pra mim. — Que foi?

Anna: Você tá engraçado com essa roupa e essa touca. — Reviro os olhos e nego com a cabeça.

Pierre: Nem com dor tu para de me atazanar.

Anna: Isso se chamar amor...AÍ! — Ela se curva na cama colocando as mãos na barriga e geme sôfrega. — Puta que pariu.

Dra.Clarisse: Vamos ver como está essa dilatação agora? — A Anna faz que sim e a doutora faz o bendito exame de toque, ela sorri e olha pra nós dois. — Realmente o Theo está muito afim de vir hoje e agora, você já está com 10 centímetros Anna. Vou preparar a sala de parto e logo irá vir alguém aqui te buscar para ir até lá.

Sinto meu coração acelerar cada vez mais, olho pra Anna com lágrimas nos olhos e percebo que eu tô chorando igual um idiota e nem vi ele ainda.

Pierre: Já deu tudo certo, vou tá contigo a todo momento. — Dou um selinho em seus lábios e apoio de leve minha cabeça em seu ventre e dou um beijo ali. — Papai tá louco pra te ver, molecão.

Vermelho Fogo [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora