39.

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Pierre

Paz.

É isso que sinto quando tô do lado da Anna.

A sensação de que meia tonelada foi tirada de cima de mim depois deu ter conseguido esclarecer tudo e ela ter me perdoado.

Jamais trairia ela, mesmo se um dia nossa relação der uma balançada.

É com ela que quero estar até meu último suspiro.

Finalizo o beijo com vários selinhos e sorrio para ela com lágrima nos olhos, os dois choraram feito criancinhas.

Pierre: Já sabe quando vai poder sair daqui? — Ajudo ela a comer o restante da sopa, colocando uma colherada em sua boca.

Anna: Acho que só amanhã, o horário de alta é até as 18h...e como enrolei pra me alimentar e tudo mais. — Ela sorri sem graça e eu olho bolado pra ela. — Não me olha assim amor.

Pierre: Só não vou brigar com tu porque a gente acabou de se resolver, mas vai terminar de comer isso aqui e vou conversar com o médico. Quero ver se não vai te deixar sair daqui hoje. — Ela da uma gargalhada gostosa e acena com a cabeça.

Anna: Ninguém é maluco de te contrariar, quero nem saber como tu entrou aqui com esse monte de segurança. Rô tava me contando todo cheio de gracinha que tu só tinha segurança gostoso.

Pierre: Vou começar a te proibir de falar com ele, maluco sabe que tu é casada e fica falando de homem pra tu...papo feio.

Anna: Casada? Cadê a aliança que eu não tô vendo? — Ela olha pro dedo anelar da mão esquerda e ri debochada. — Nem em namoro me pediu, só me deu aquela coleira e pronto.

Pierre: Ala cara, vai jogar na cara mermo? Tu é mulher de bandido, as coisas é rápida assim pô. Mas pode pá, vou arranjar um anel pra tu. — Ela sorri me dando um beijo rápido e empurra a bandeja com a sopa vazia. — Vou chamar um médico pra te examinar e ver se tu pode sair hoje.

Saio do quarto rapidamente indo atrás de um médico, e quando o acho chamo ele pra entrar no quarto.

Pierre: Ae doutor, examina ela aí e vê se tá tudo certo. Vou levar ela pra casa hoje. — Ele sobe o olhar pra mim já querendo negar, mas eu o corto. — Nem adianta falar que não, se tu examinar ela e ela tiver de boa nois vai embora.

Dr.Pacheco: Certo, boa noite dona Anna. Como você está se sentindo? Seja sincera.

Anna: Boa noite doutor, eu tô bem melhor agora. Já comi minha sopa e agora só quero ir pra casa tomar um banho e descansar. — Ela diz baixinho sorrindo tímida, o médico acena com a cabeça e faz alguns exames rápidos para averiguar a situação.

Dr.Pacheco: Bom, tudo normal com você Anna. Vou assinar sua alta e vocês já podem ir, bom repouso e qualquer coisa pode voltar aqui que iremos te atende-la prontamente. — Ele se despede da gente saindo do quarto.

Pierre: Falei pra tu, o pai é foda. — Sorrio convencido e ela revira os olhos, tira o lençol de cima dela e levanta da cama. No momento em que ela pisa os pés no chão vejo que dá um passo atrapalhado pra trás e corro em direção dela para segura-la. — Qual foi Anna?

Anna; Tontura, nada demais... — Sorri sem graça pra mim mas não me convence, ela me dá um beijinho na ponta do nariz. — É sério amor, me deram muitas doses de calmante...é normal eu ter vertigem.

Pierre: Não vou sair do teu lado, papo reto.

Anna: Pedi um maridinho e recebi uma babá, mereço... — Belisco sua bunda de leve e ela me dá um tapa no braço. — Começa não cara, tô toda fodida e tu me agredindo.

Pierre: Tu fica gostosinha com essa camisola de hospital, se não tivesse ruim eu te comia aqui mermo.

Anna: Se manca, guarda esse pau pra outra hora. — Ela gargalha e eu acompanho. — Vou trocar de roupa, me ajuda? — Faço que sim com a cabeça e vou até a bolsa dela pegar alguma roupa.

Pierre: Qual?

Anna: Pega essa calça jeans e essa regatinha preta, vou de chinelo mesmo...e por favor, me fala que você veio de carro. Não tem condições deu ir de moto, tô muito fraca. — Passo a mão no pescoço sem graça, como eu fui esquecer disso? Burro do caralho.

Pierre: Porra amor eu tava tão na pilha de vir te ver que acabei pegando a moto, mas vou mandar um salve no Preto pra ele trazer meu carro aqui. — Entrego a troca de roupa pra ela e ela sorri. — Desculpa mermo...

Anna: Não tem problema vida, imagino como você ficou com a cabeça cheia. Eu te amo, obrigada por tudo. — Ela diz baixinho enquanto termina de vestir sua roupa, pega um elástico de cabelo e prende o mesmo em um rabo de cavalo. — Tô pronta..

Pierre: Eu te amo Anna, papo reto...dou minha vida pra tu, gostosa! — Pego a mochila dela e fecho, colocando no meu ombro. Me aproximo dela e dou um beijo no seu pescoço, sentindo ela arrepiar todinha. — Bora pra casa, dona Jô não para de me mandar mensagem querendo saber de tu.

Anna: Meu Deus, ela deve estar super nervosa...o lance da loja passou até na tv. — Sinto a voz dela embargar ao lembrar da loja.

Pierre: A gente vai reerguer sua loja Anna, papo reto.

Anna: A gente não precisa pensar nisso agora amor, tá tudo bem...depois a gente pensa nisso. Preciso ainda digerir tudo que aconteceu. — Ela sorri segurando na minha mão com força. — Obrigada.

Pierre: Minha felicidade é te ver feliz, se tu tá triste eu também tô e vai ser assim até nossos últimos dias. Te amo, morô? Bora pra casa. — Dou um selinho nela e saímos em direção ao estacionamento do hospital, onde o Preto já se encontrava lá com meu carro.

Preto: Que alívio ver vocês dois juntos, puta que pariu mermão! — Demos risada os três juntos, esse mlk não presta. — Cês dão risada mas eu fiquei aflito pô. Tá bem Anninha?

Anna: Tô bem, Preto. Obrigada viu? — Ela se solta da minha mão para abraçá-lo, o mesmo retribui dando um beijo no topo de sua cabeça.

Pierre: A chave da moto. — Aviso e jogo a chave pra ele, o mesmo me joga a do carro. — Valeu cachorro.

Dou um toque de mão com ele e sigo em direção ao carro com a Anna, coloco sua mochila no banco de trás e logo abro a porta da frente pra ela entrar.

Faço a volta e dou partida no carro, indo para minha casa.

Nem acredito que tô indo embora desse hospital levando minha mulher comigo, obrigada meu Deus...te devo várias!

Vermelho Fogo [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora