58.

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Pierre

Já comecei o dia puto porque queria ficar de chamego com minha mulher e meu filho na cama mas ficaram me enchendo o saco pra descer pra boca resolver umas parada, vai toma no cu irmão.

Me despeço da Anna dando vários beijos nela e na barriga dela e vou direto pro que me chama.

Estaciono a moto na calçada e entro na salinha dando de cara com o Preto que dá um sorriso de lado.

Preto: Bom dia patrão.

Pierre: Bom dia meu saco seu filho da puta. — Ele gargalha e joga a cabeça pra trás. — Tava quase fudendo minha mulher porra, tive que bater uma no banho.

Preto: Tu que escolheu ser dono dessa parada aqui, posso fazer nada. — Ele limpa o canto dos olhos, ainda rindo. — Mas só te chamei pra avisar que dei uma pisa na Carine e nas parceira dela, fiz prometer que não iam mais fazer nada desse tipo e mandei passar a visão pro resto...deve ter adiantado, até agora não vi ela.

Pierre: Deu com a madeira molhada nas perna? — Acena em positivo. — Boa, ontem foi foda em casa...Anna queria até ir embora.

Preto: Papo reto, coisa de mina mal amada a beça...mas ainda bem que cês se acertaram.

Pierre: Minha vontade é de matar ela igual eu fiz com a Allana. — Respiro fundo passando a mão na nuca. —  Passa a fita do que tem pra hoje.

Preto: Hoje até que tá suave, só preciso que você vá comigo na outra boca conferir os armamento que chegou.

Pierre: Bora lá pô. — Ajeito o boné na cabeça e saio pela porta, logo ele vem atrás de mim e descemos até a boca que ele toma conta, chegando lá já vejo a patricinha que ele pega.

Preto: Eae Íris. — Ele se aproxima da mina e da um selinho rápido nela.

Íris: Oi amor, oi Pierre. — A garota sorri pra mim e eu aceno com a cabeça. — A Anna tá bem? E parabéns, vão ser papais.

Pierre: Valeu pô, ela tá bem sim...qualquer dia encosta lá pra ficar com ela, vive perguntando de tu.

Íris: Que bom, vou combinar com ela sim...tô com saudade dela. — Preto se despede dela por hora e entra na salinha, vou atrás dele.

Pierre: Tá serião com a mina hein? — Falo rindo e ele me acompanha.

Preto: Gosto dela pô, mas o foda é a família... — Respira fundo enquanto pega a caixa com os armamentos e coloca em cima da mesa. — Filha de juiz e advogada, então pensa o b.o.

Pierre: Ih carai, tu se liga hein Matheus. Quero b.o pra minha favela não, toma cuidado. — Abro a caixa e vou pegando uma por uma das armas. — A mina parece ser gente boa, mas se os pais vê essa fita aí que ela tá ficando com bandido vai dar merda.

Preto: Eu sei pô, mas é foda...curto ela pra caralho.

Pierre: Sabe que eu te apoio em tudo, mas toma cuidado...isso envolve muita parada, principalmente o vidigal. — Ele balança a cabeça. — Tá tudo certo pô, só armamento top de linha.

Preto: De verdade, dahora pra caralho. — Coloco tudo de volta na caixa e ele guarda no quartinho, dou um visto nos papéis e entrego pra ele.

Pierre: Marquei uma tatuagem hoje.

Preto: Vai fazer qual? — Tiro o exame dos batimentos cardíacos da minha cria e mostro pra ele, que sorri. — Primeira vez que ouvi o coraçãozinho, quero eternizar na pele.

Preto: Que lindo cara, já posso morrer em paz sabendo que tu tá todo viado pela Anna e ainda vai ser pai...da nem pra acreditar, namoral.

Pierre: Respeita bandido maluco. — Demos risada. — Tô indo lá, qualquer fita manda um rádio. — Bato na mão dele e saio da salinha. — Falou ai Íris.

Íris: Tchau Pierre. — Ela acena com a mão e eu dou partida na moto indo em direção ao estúdio de tatuagem me rabiscar mais uma vez.

Vermelho Fogo [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora