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Pierre

Meu filho tá bem, minha esposa tá bem.

Tô há meia hora em êxtase completo, que bagulho de louco aconteceu nesse quarto...Mas não vou contestar, é Deus mermo pô.

Doutor Carlos disse que a Anna vai ter que ficar pelo menos uma semana aqui internada para eles ficarem de olho e ver se não vai acontecer mais nada, ai sim nois já vai poder ir embora pro Rio.

Mas ele disse que mermo lá vai ser repouso total até o Theo nascer, como ela foi espancada, passou nervoso pra caralho e essas parada toda o mais inteligente a se fazer e ela ficar quietinha e evitar o máximo de estresse possível.

Pois se houver uma próxima pode acontecer dela perder nosso filho, e como o médico disse, ele é um pequeno milagre depois de tudo que ele e a Anna passaram.

Mas papo reto? Próxima não vai ter, chegando no Rio já vou dar o papo que não vou mais fazer parte do comando e vou colocar o Preto como dono daquela porra, e eu sei que ele quer pra caralho e não confio em mais ninguém a não ser ele pra tomar conta da nossa quebrada.

Deixei a Anna dormindo no quarto e vim pra cafeteria que tem no hospital comer algum bagulho, tô sem comer a sei lá quantas horas, papo de que eu tô quase desmaiando pô.

Faço o pedido de um misto e um café preto puro e me sento na cadeira, sinto meu corpo todo reclamar de dor por conta dos acontecidos.

Minha mulher ainda não sabe do que rolou antes daquele b.o e que meu carro capotou, vou omitir por enquanto, mas já passei na enfermaria e eles me examinaram rapidão e graças a Deus não tô com nada a não ser algumas escoriações no corpo. Agora só tomar medicação pra dor e já tô zero de novo.

Vazo ruim não quebra, já mandei o papo. 

Termino de comer rapidão e volto pro quarto correndo, no momento em que abro a porta vejo a Anna acordada prestando atenção na TV, e quando me vê abre o maior sorrisão.

Pierre: Eai minha princesa. — Me aproximo dela e deixo um beijo rápido em seus lábios. — Tinha ido comer alguma parada, tava quase caindo no chão.

Anna: Que bom que comeu amor, a enfermeira já vai trazer algo pra eu comer também. — Ela sorri e passa a mão em seu ventre e acompanho com o olhar. — Theozinho tá com fome, fazendo minha barriga de escola de samba.

Pierre: Tem que deixar tua mãe descansar, mulekote. — Ela da risada e eu acompanho. — Pedi pros mlk irem lá no apê pegar tuas coisas e trazer pra cá.

Anna: Amém, não aguento mais ficar com essa camisola feia e sem calcinha ainda. — Ela suspira e eu mordo meu lábio para não rir dela. — Não tem graça, olha minha situação. — Ela aponta pro cabelo preso em um coque alto. — Só a derrota.

Pierre: Você continua linda, deixa de graça garota. — Ela belisca minha barriga e eu contraio. — Mania feia hein.

Anna: Você tem buchinho agora, tá com cara de pai mesmo. — Olho sério pra ela que da risada. — Brincadeira, vida.

Pierre: Tu fica de graça aí só porque não posso te dar umas palmadas nessa sua bunda grande. — Me espreguiço jogando os braços pro alto e volto a olhar pra ela que me observa com um sorriso ladino. — Mas deixa depois que o Theo nascer, vou meter logo gêmeos em tu.

Anna: Engraçadinho você cara, comeu palhacitos? — Franzo os olhos pra ela e roubo um selinho. — Tu só quer me engravidar.

Pierre: Lógico, quanto mais herdeiro melhor. — Pego o controle de cima das pernas dela e começo a trocar de canal na TV. — E outra, tu vai ser sempre minha então quanto mais filho nois tiver menos chances de tu me largar.

Vermelho Fogo [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora