Estranhas

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18 de Abril de 2031

Ponto de vista da Moon

Lamont: Moon, por favor, conversa comigo...

Eu: não temos nada para conversar.

Lamont: mas Moon, eu sinto a sua falta. Eu quero muito a sua companhia... Eu quero me sentir ama-

Eu: não somos namoradas, somos apenas estranhas. Você não me ama, só está com fome de ser tocada, de ser amada e de sentir qualquer coisa.

Me soltei e continuei andando.

Eu sei que talvez eu esteja sendo babaca, mas eu realmente acho melhor se não ficarmos juntas, porque da última vez que ficamos juntas, aconteceu um desastre. Estou fingindo desgostar dela porque quero protegê-la, porque se ela se aproximar não vou conseguir protegê-la de mim e das consequências. O próprio Sun sofreu muita coisa por minha causa, mas ele com toda certeza sabe se virar melhor do que ela.

Mas não sei... Ultimamente tenho pensado se isso é a coisa certa a se fazer. Se eu não deveria aceitá-la de volta logo... Acho que eu deveria atender suas ligações, devo estar passando dos limites, ela é inocente acima de tudo.

Agora estou aqui no mercado me sentindo horrível e me lembrando do que eu mesma falei para ela.

"Não somos namoradas, somos apenas estranhas. Você não me ama, só está com fome de ser tocada, de ser amada e de sentir qualquer coisa." Isso se repetiu em minha mente enquanto eu fazia minhas compras.

Saí do mercado e encontrei com Main estacionado na frente dele. Eu esqueci completamente que ia com ele. Coloquei as compras no banco de trás e me sentei no banco do carona.

Main: dia corrido, não é?

Eu: pois é...

Me encostei na janela do carro.

Main: o que há com você?

Eu: nada, ué. Tá me tirando?

Main: você é estranha.

Eu: então você é o estranho maior, eu sou sua irmã.

Chegamos em casa e fizemos tudo para comer. Eu me sentia péssima.

Foi um dia bem divertido, nós comemos, jogamos, ouvimos música e dançamos, mas o sentimento horrível que eu tinha não ia embora. Era como se fosse um castigo pelas coisas que eu fiz e falei. Eu queria me livrar, eu queria me soltar daquilo, mas... Eu não podia ter contato. Eu não podia estragar a vida dela mais uma vez. Eu precisava ser fria como gelo.

Acabou que eu não resisti, e depois que todo mundo foi se distrair, eu fui para um bar. Eu normalmente não choro quando perco amizades, mas nostalgia é bem deprimente. Eu também não costumo sair para beber, não vou tentar me justificar mas é porque eu estou estressada pra caralho.

Eu sinto que tenho tudo... Mas o que realmente tenho em minha posse? Eu tentei dar meu coração e meus pulmões, mas eu só estou quebrada e sem fôlego.

Eu não costumo abandonar as pessoas, mas o medo me tem sob seu controle. O dia de hoje me deixou com muitas perguntas: se você me ama, por que não deixa eu me afastar?

Por que eu estou tão imprudente? Eu sinto como se tudo estivesse mais lento. Eu só estou sentada num bar, quebrada e sem fôlego...

Então por que foi que eu entreguei meu coração, meus pulmões e minha alma?

É como se eu estivesse perdendo tudo e perdendo o controle.

Depois de um tempo bebendo e pensando, comecei a olhar ao redor do bar, comecei a me sentir paranoica. Era como se alguém estivesse me observando.

A Guerra por ArmystOnde histórias criam vida. Descubra agora