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25 de Abril de 2031

Ponto de vista da Autumn

Eu havia acabado de esfaquar o Oisin. Olhei para o corpo dele no chão e acabei sentindo um pouco de remorso.

Eu: sinto muito por ter feito isso. Me desculpa por ter seu sangue em minhas mãos.

Eu olhei para o meu reflexo no espelho da sala.

Eu: quem é essa mulher banhada em sangue?

Comecei a praticar minha confissão, caso eu precise depor.

Eu: eu aprendi minha lição. Vou ser uma mulher melhor agora.

Eu comecei a guardar minhas coisas em uma mala e tentei limpar o sangue das paredes, das minhas roupas e do meu corpo às pressas para sair logo dali, mas sem sucesso. Então andei pelos corredores catando o que eu achava que poderia ser útil para fugir.

Eu fiz tudo para voltar para ela então eu me sinto dormente agora. Não sei o que vai dizer e estou nervosa demais para ligar e pedir carona.

Em breve devo ouvir sirenes chegando com suas luzes vermelhas e azuis. Vou ter que me disfarçar e correr loucamente pelos subúrbios, até chegar na casa dela e olhá-la no fundo dos olhos. Eu vou dizer quem sou, mas tenho certeza de que ela não vai me reconhecer.

Será que ela vê pela câmera que eu estou fugindo? Preciso muito de um lugar para me esconder e seria ótimo se ela me deixasse entrar. Eu vou explicar tudo, sem rodeios e sem mentiras. Eu sei que ela vai entender e me deixar passar pelo menos uma noite lá.

Será que ela me amaria mais se souber que matei alguém por ela?

Será que ela seguraria minhas mãos mesmo sabendo que são as mesmas mãos que eu usei quando matei alguém por ela?

Será que ela me entregaria quando anunciarem que eu estou foragida?

Será que ela me esconderia quando meu rosto estivesse no noticiário?

Por que eu matei alguém por ela?

Eu sei que eu não realmente matei o Oisin por ela. A pessoa que eu matei fui eu. Mudei o que eu era para uma versão mais decidida de mim. Eu segui seus passos e fiz tudo o que achei que ela faria. Espero que essa mudança tenha sido boa, porque não tem como voltar atrás.

Depois de tanto tempo refletindo sobre o meu feito, eu decidi pegar minhas coisas e sair de casa. Pouco tempo depois que eu saí, Moon chegou praticamente voando em seu carro. As roupas dela também estavam manchadas de sangue. Eu corri para abraçá-la e ela correu também. Eu queria muito dizer tudo o que tinha acontecido nesse mês, mas só consegui pronunciar duas palavras.

Eu: não fuja.

Moon: não vou.

Acho que foi um dos momentos mais felizes que eu já vivi.

Como estava chovendo muito, entramos no carro e a Moon tentou procurar o caminho mais deserto para ninguém me ver daquela forma.

Eu: hm...

Moon: é...

Eu: então...

Moon: clima bacana, né?

Eu: sim...

Estávamos bem sem jeito.

Moon: vou te levar pra minha casa pra se limpar.

Eu: achei que íamos pro QG.

Moon: o QG foi queimado inteiro.

Eu: ah, sim. A polícia tentou investigar lá, né?

A Guerra por ArmystOnde histórias criam vida. Descubra agora