capitulo nove.

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Das vezes que nos vimos, ela tava com o cabelo trançado, mas hoje tinha metido um bem cacheado, batendo um pouco acima da bunda.

Não contente, tava com um vestido de alcinha preto, curtinho, revelando várias tatuagens.

A filha da puta era surreal.

Não tinha outra definição, linda de tudo, gente boa e extremamente gostosa.

Eles pararam pra falar com o Rodi, enquanto eu continuava travado, despertando só quando Gomes colocou um copo embaixo de mim.

- Tava caindo no chão a baba mas já resolvi pai, pode continuar. - Ri, batendo no copo que voou, enquanto eles gargalhavam.

- Para de ser otario, moleque.

- Mas bonitas ein? Inclusive, quem é a pretinha com a Fabi? - Thiago perguntou.

- Michelle, amiga dela. - Respondi.

- Ela que deu o nome no cabelo dele. - Rodi soltou.

- E continua dando. - Passei a mão. - Pai vai ficar bonitão, observem.

- É feiticeira ou cabeleireira, amigo? - Gargalhei, mostrando o dedo. Levantei, entrando na casa pra ir no banheiro. Assim que saí, fui em direção a cozinha, na intenção de pegar mais cerveja.

- Achei que não tivesse cumprido a promessa. - Ouvi sua voz perto de mim, virando e vendo ela encostada na porta da geladeira. Foi inevitável não medir.

- Sou um homem de palavras. - Peguei uma pra ela também.

- Gostei de ver. - Dessa vez, ela que me mediu. Difícil.

- Um cara bonito desses, quem nao gosta de ver é maluco. - Brinquei,  a fazendo rir. - Curti o cabelo. - Parei na pia, cruzando os braços.

- Gostou? To morrendo de calor.

- Ficou bonita demais...  - Ela deu um sorrisinho e assim que abriu a boca pra responder, Fabi apareceu.

- E aí filha? Tamo aqui com a tequila pronta te esp... Ih, foi mal.

- Sem cair hoje, ein? - Disfarçou, indo em direção a porta, enquanto eu suspirava e saia também. - Tu também bonito, bora.

- Não bebo não, bahiana. - Ela me olhou, me fazendo gargalhar.

- Hora dessas, rapaz. - Segurou na minha mão, me levando até onde eu tava com os meninos, que agora também tinha Gerson, Sarah, Fabi e diversos copinhos de tequila na mesa.

- Vem mais alguém? - Sarah começou a passar os copos como se fosse copinho de santa ceia.

- Só a gente, Sarinha. - Rodi disse, enquanto Michelle me passava um e pegava outro.

- Vou contar, ein? Um, dois, vai. - Geral virou e só então percebi que era competição, já que fiquei com o meu e o resto foi pegando os demais copinhos que sobraram na mesa.

- Caralho Fabiola, tá com sede fia? - Rodi disse, nos fazendo rir, enquanto ela virava o quarto copo.

- Com sede de pix, bora.

- Essa é minha menina! Minha amiga aqui sabia? - Mi, que só tinha bebido dois, soltou, enquanto elas riam.

- Achava que eu era Opalinha, mas Fabi tá me substituindo bem demais. - Sarah soltou, enquanto faziam um toque

- Vou nem mais falar que tô apaixonado por essa aí que já virou história, geral já sabe. - Matheuzinho disse.

Nós ficamos ali de resenha, mas assim que o pagode voltou, as tres foram pra perto do grupo, enquanto voltávamos a conversar.

Eles, na real. Porque eu tentava disfarçar participando da conversa, mas minha atenção tava na Michelle sambando.

Pelo amor de Deus.

Ela percebeu e sorriu, sambando olhando pra minha cara.

- Vem meu negrão, essa é nossa. - Sarah se aproximou, puxando ele pra dançar.

Mais uma rodada de tequila veio, colocaram um balde de cerveja na nossa mesa e as coisas começaram a ir de 0 a 100 muito rápido.

Eu e a Michelle estávamos bem mais próximos, nos dividindo entre a conversa com o pessoal e a nossa.

Os dois estavam se passando e jogando o mesmo jogo. Não sabia dizer se estávamos conversando de boa, se em alguns momentos flertavamos, sei que seguia o jogo dela.

Levantei pra ir no banheiro de novo e assim que abri a porta, encontrei ela mexendo no celular, enquanto fazia uma dancinha, provavelmente por estar apertada.

- Menino, eu tô em águas.

- Tá em que?

- Em águas, bêbada, doida. - Sai do banheiro e ela entrou. - Sabe pra que que tô boa? Dormir, e é isso que vou fazer.

- Já vai?

- Garoto, três da manhã. - Ri. - Trabalho amanhã.

- Quer que eu te leve? Porque se você ta em afaus, Matheus tá em rios. - Ela gargalhou.

- Perainda. - Fechou a porta na minha cara, me fazendo rir e esperar, pegando o celular e vendo que realmente ja tava tarde. Ela abriu a porta, começando a lavar a mão. - Então, e esse aí é inimigo do fim, ne? Mas se preocupa não, pego uber.

- Te lev... Caralho, vim com o Gomes, agora que lembrei.

- Você também não tá muito bem não. - Ri.

- Pior que nao mesmo. Dividimos um uber, pode ser? Geral sai feliz e tu não volta sozinha uma hora dessas.

- Aceito. - Saiu do banheiro, enquanto eu entrava.

Fiz xixi, lavei as mãos e sai, vendo ela me esperando.

Mesmo sendo quase quatro da manhã, o quintal deles estava tão cheio, se não mais, do que quando chegamos.

Tava geral na mão do palhaço já, então só nos despedimos da Fabi, Gomes, Rodi e Nina que estavam perto da porta da cozinha e saímos na calada.

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora