Michelle POV.
- Não fica bolada, cara. - Gabriel riu, me olhando pelo espelho da sala, enquanto eu começava a passar o descolorante.
- Tava tão lindo. - Fiz um biquinho e ele riu mais.
- Mas eu fico gatão loiro também, pô. Não vai andar com cara feio do teu lado não, fica em paz. - Gargalhei.
- Sabe uma época que eu te achava gatão? Na real, acho que foi a primeira vez que te vi.
- Qual?
- Uma época que você tava com ele preto e bem baixinho, quase careca.
- Sério? Pô me achava feião com aquele.
- Te achava um gato, cara de malvado, me amarrei quando vi.
- Próxima vez vou aparecer com ele assim então.
- Não é nem louco, tá? - Rimos.
- Mas papo reto, última vez que vou fazer gracinha. Depois disso sossego e deixo crescer em paz.
- Sua cabelereira agradece. - Ele riu.
- De todos os seus, o que mais me pegou foi essas tranças loiras aí.
- Tu gostou, né? Tô querendo tirar já.
- Tu fala de mim mas é pior, tá? Primeira vez que te vejo mais de três semanas com o mesmo.
- Julgando? Sim. Fazendo igual? Também.
- Mas deixa mais um pouco, pô. Valendo uma foto nossa com os dois loirinhos.
- Nunca tiramos, né? - Ri. - Vou deixar até a final pra dar sorte.
- Isso, minha garota. - Fizemos um toque.
- Pronto, agora só esperar 30 minutos. - Soltei um tempo depois, tirando a luva.
- Beleza. - Puxei a cadeira, sentando na frente dele, abrindo a bolsa e pegando a munhequeira.
- Ta com dor?
- Um pouco, ó. - Girei o pulso, enquanto ele estralava e Gabriel fazia careta, me fazendo rir. Ele puxou a cadeira pra frente, ficando pertinho e pegou minha mão, começando a massegear meu pulso. - Como tu ta se sentindo?
- Com a final? - Assenti e ele suspirou. - Um pouco diferente dos outros anos. Mas confiante.
- Tu não fica nervoso?
- Nem um pouco, mas pós que é foda, sempre preciso ficar sozinho pra entender o que rolou. Se for bom, é só pra ficha cair. Agora quando o resultado é negativo, é papo de horas no quarto isolado. Por isso comecei a fazer terapia.
- Coloca a expectativa lá no alto, né?
- Demais, sou muito confiante com nossa equipe, mas nem sempre da, né? E o Palmeiras tá absurdo esse ano.
- Eu ouvi falar, mas vai dar tudo certo. - Aproveitei que ele estava me fazendo massagem e segurei a mão dele, entrelaçando com a minha, enquanto ele dava um sorrisinho.
- Vai sim. - Beijou minha mão e meu pulso em seguida. - Inclusive, queria te fazer uma proposta.
- Tu e suas propostas. - Ele riu.
- Mas sempre são boas. Ia te chamar pra assistir, vai ser no Maraca dessa vez e pô... Queria tu lá.
- Não sei se devo trair meu Bahêa nesse nível... - Ele gargalhou.
- Juro que ele não vai saber. - Rimos.
- Claro que vou, Gabriéus.
- Agora sim eu tô nervoso. - Gargalhei.
- Tu se passa né bichinho?
- Muito, mas papo reto, vou colocar seu nome, tá? Vai ser no domingo, dia 27.
- Estarei lá. - Fizemos um toque e ele foi me contando como eram os jogos no Maracanã, era bonitinho ver o amor dele pela torcida.
Deixar platinado do jeito que ele queria levava umas três horas fácil. 50 minutos a primeira mão, tirava o excesso, passava mais um mão, lavava e só depois, hidratava e deixava secar.
O pós foi todo no banheiro, ele sentado na cadeira e eu atrás, lavando com o chuveirinho. Amém que era grande.
Todos os resultados valem a pena, mas quando ele saiu só de bermuda, secando o cabelo loiro loirin, foi um sabor diferente.
- Porra, não sei mais o que faço com você não. Ficou pica demais. - Passou a mão, olhando no espelho da sala.
- Ficou... - O medi, respirando fundo. Levantei e me aproximei, enquanto ele virava de frente pra mim, abaixando um pouco a cabeça. - Vai estar gatão na liberta.
- Mérito seu. - Ficamos nos encarando por alguns segundos e eu jurei que fosse vim aí de novo, porque eu queria.
- Ta cansada? - Acariciou meu rosto.
- Muito.
- Vou te levar em casa. - Beijou minha testa. Aaaaaaa ele me confunde. Ódio de homem.
Fomos o caminho todo conversando, com ele acariciando minha coxa, dando umas apertadas e continuando com o olhar no volante como se nada.
Estacionou na frente de casa e abaixou o som, me olhando.
- Valeu pelo cabelo, tá? Ficou foda, como todos. - Fizemos um toque.
- De nada, bê. Ansiosa pra te ver perturbando a mente de palmeirense no domingo. - Ele gargalhou.
- E eu pra te ver pós jogo, espero que levantando a taça. Não esquece de não tirar o loiro, aguenta. - Ri.
- Prometo. - Demos um sorrisinho e ele se aproximou, segurando meu rosto.
- Acho que to com saudade da sua boca.
- Então mata... - Ele me puxou pela nuca, me dando um beijo molhado e no meio de tudo aquilo, o que mais me chamava a atenção era meu coração batendo extremamente forte, junto com um frio na barriga.
Ele terminou com alguns selinhos e foi beijando meu maxilar, parando na minha orelha.
- Podemos negociar um passe livre? - Perguntou.
- Dois, porque quero o meu também.
- Você já tem faz tempo.
- Então vou começar a usar de forma frequente, e espero não ter que pedir pra tu usar o seu da próxima vez que quiser me beijar. - Segurei seu rosto, selando nossos lábios e deixando ele no gostinho.
- Ô garota. - Ri e saí do carro, entrando no prédio.
Assim que entrei no elevador, senti o celular vibrar.
Você brinca demais, tá?
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incomum || gabigol
Fanfiction"Não tem como te decifrar incomum Em cada curva sua inconfundível Só sei que me pegou de um jeito incomum"