vinte e cinco.

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Michelle POV.

- Não fica bolada, cara. - Gabriel riu, me olhando pelo espelho da sala, enquanto eu começava a passar o descolorante.

- Tava tão lindo. - Fiz um biquinho e ele riu mais.

- Mas eu  fico gatão loiro também, pô. Não vai andar com cara feio do teu lado não, fica em paz. - Gargalhei.

- Sabe uma época que eu te achava gatão? Na real, acho que foi a primeira vez que te vi.

- Qual?

- Uma época que você tava com ele preto e bem baixinho, quase careca.

- Sério? Pô me achava feião com aquele.

- Te achava um gato, cara de malvado, me amarrei quando vi.

- Próxima vez vou aparecer com ele assim então.

- Não é nem louco, tá? - Rimos.

- Mas papo reto, última vez que vou fazer gracinha. Depois disso sossego e deixo crescer em paz.

- Sua cabelereira agradece. - Ele riu.

- De todos os seus, o que mais me pegou foi essas tranças loiras aí.

- Tu gostou, né? Tô querendo tirar já.

- Tu fala de mim mas é pior, tá? Primeira vez que te vejo mais de três semanas com o mesmo.

- Julgando? Sim. Fazendo igual? Também.

- Mas deixa mais um pouco, pô. Valendo uma foto nossa com os dois loirinhos.

- Nunca tiramos, né? - Ri. - Vou deixar até a final pra dar sorte.

- Isso, minha garota. - Fizemos um toque.

- Pronto, agora só esperar 30 minutos. - Soltei um tempo depois, tirando a luva.

- Beleza. - Puxei a cadeira, sentando na frente dele, abrindo a bolsa e pegando a munhequeira.

- Ta com dor?

- Um pouco, ó. - Girei o pulso, enquanto ele estralava e Gabriel fazia careta, me fazendo rir. Ele puxou a cadeira pra frente, ficando pertinho e pegou minha mão, começando a massegear meu pulso. - Como tu ta se sentindo?

- Com a final? - Assenti e ele suspirou. - Um pouco diferente dos outros anos. Mas confiante.

- Tu não fica nervoso?

- Nem um pouco, mas pós que é foda, sempre preciso ficar sozinho pra entender o que rolou. Se for bom, é só pra ficha cair. Agora quando o resultado é negativo, é papo de horas no quarto isolado. Por isso comecei a fazer terapia.

- Coloca a expectativa lá no alto, né?

- Demais, sou muito confiante com nossa equipe, mas nem sempre da, né? E o Palmeiras tá absurdo esse ano.

- Eu ouvi falar, mas vai dar tudo certo. - Aproveitei que ele estava me fazendo massagem e segurei a mão dele, entrelaçando com a minha, enquanto ele dava um sorrisinho.

- Vai sim. - Beijou minha mão e meu pulso em seguida. - Inclusive, queria te fazer uma proposta.

- Tu e suas propostas. - Ele riu.

- Mas sempre são boas. Ia te chamar pra assistir, vai ser no Maraca dessa vez e pô... Queria tu lá.

- Não sei se devo trair meu Bahêa nesse nível... - Ele gargalhou.

- Juro que ele não vai saber. - Rimos.

- Claro que vou, Gabriéus.

- Agora sim eu tô nervoso. - Gargalhei.

- Tu se passa né bichinho?

- Muito, mas papo reto, vou colocar seu nome, tá? Vai ser no domingo, dia 27.

- Estarei lá. - Fizemos um toque e ele foi me contando como eram os jogos no Maracanã, era bonitinho ver o amor dele pela torcida.

Deixar platinado do jeito que ele queria levava umas três horas fácil. 50 minutos a primeira mão, tirava o excesso, passava mais um mão, lavava e só depois, hidratava e deixava secar.

O pós foi todo no banheiro, ele sentado na cadeira e eu atrás, lavando com o chuveirinho. Amém que era grande.

Todos os resultados valem a pena, mas quando ele saiu só de bermuda, secando o cabelo loiro loirin, foi um sabor diferente.

- Porra, não sei mais o que faço com você não. Ficou pica demais. - Passou a mão, olhando no espelho da sala.

- Ficou... - O medi, respirando fundo. Levantei e me aproximei, enquanto ele virava de frente pra mim, abaixando um pouco a cabeça. - Vai estar gatão na liberta.

- Mérito seu. - Ficamos nos encarando por alguns segundos e eu jurei que fosse vim aí de novo, porque eu queria.

- Ta cansada? - Acariciou meu rosto.

- Muito.

- Vou te levar em casa. - Beijou minha testa. Aaaaaaa ele me confunde. Ódio de homem.

Fomos o caminho todo conversando, com ele acariciando minha coxa, dando umas apertadas e continuando com o olhar no volante como se nada.

Estacionou na frente de casa e abaixou o som, me olhando.

- Valeu pelo cabelo, tá? Ficou foda, como todos. - Fizemos um toque.

- De nada, bê. Ansiosa pra te ver perturbando a mente de palmeirense no domingo. - Ele gargalhou.

- E eu pra te ver pós jogo, espero que levantando a taça. Não esquece de não tirar o loiro, aguenta. - Ri.

- Prometo. - Demos um sorrisinho e ele se aproximou, segurando meu rosto.

- Acho que to com saudade da sua boca.

- Então mata... - Ele me puxou pela nuca, me dando um beijo molhado e no meio de tudo aquilo, o que mais me chamava a atenção era meu coração batendo extremamente forte, junto com um frio na barriga.

Ele terminou com alguns selinhos e foi beijando meu maxilar, parando na minha orelha.

- Podemos negociar um passe livre? - Perguntou.

- Dois, porque quero o meu também.

- Você já tem faz tempo.

- Então vou começar a usar de forma frequente, e espero não ter que pedir pra tu usar o seu da próxima vez que quiser me beijar. - Segurei seu rosto, selando nossos lábios e deixando ele no gostinho.

- Ô garota. - Ri e saí do carro, entrando no prédio.

Assim que entrei no elevador, senti o celular vibrar.

Você brinca demais, tá?

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora