trinta e quatro.

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Sai do banho, passei óleo e coloquei o pijama, vendo o quarto vazio. Abri o vidro da varanda e vi ele sentado no banquinho que tinha ali, mexendo no celular.

- Achei que fosse te encontrar apagado, como sempre.

- Por milagre, tô sem sono. Mas pode dormir lá pô, já já eu entro.

- Pior que tô sem sono também. Tem espaço aí? - Ele só assentiu, indo um pouco pra lá, enquanto eu sentava, olhando o céu. - O céu daqui é a coisa mais linda, né? - Ele travou o celular, olhando.

- Tá bonitão, nem tinha reparado.

- Eu amo ver o céu e a lua. Passo horas viajando. Minha vó dizia que quando o céu está com muitas estrelas cintilando muito, é que vai fazer tempo aberto no dia seguinte.

- E quando sabe que vai chover?

- Elas ficam meio opacas e a lua fica tipo com um contorno meio esfumaçado, ao contrário do que tá hoje. - Olhei a lua bem brilhante e ele acompanhou. Olhei pro seu rosto, que estava sendo iluminado por ela, emburradinho, me fazendo rir. - Tu ta realmente bravo?

- To suave. - Voltou a mexer no celular, me fazendo rir.

- To vendo.

- Pô, o cara que tu fica passa e tu solta que vai no banheiro logo em seguida, quer que eu fique de boa? Sou otário sim, graças a Deus.

- Ué meu Deus, mas eu realmente fui no banheiro, não tenho culpa se Fabi chamou depois que ele passou. Acha mesmo que ela ia encobrir? - Ele deu de ombros, não aguentei e ri. - Tu é muito ciumento, cara.

- Pra caralho, já tinha te falado. - Bloqueou o celular e cruzou os braços, olhando pros pés, que começaram a balançar.

- Zero motivos. - Me aproximei, acariciando seu rosto. Ele não desviou, mas seguiu sem me olhar.

- Motivo tem, né? Só não tenho moral. Tu faz o que quiser.

- Sim e você também. Ou vai falar que fica só comigo? - Ele revirou os olhos e eu segurei o riso de novo.

- Mas é de você que eu gosto. - Virou o rosto pra mim, enquanto meu coração batia forte. Eu que gostava de ser dona da razão, odiava demais quando me deixavam sem palavras, dom que ele tinha até demais.

- Então estamos quites. - Me aproximei um pouco mais, ficando bem pertinho. - Na real, mais ou menos. - Ele olhou nos meus olhos. - Por que não fico mais com ele de um tempo. Com ele, nem com ninguém, só com você. - Seu olhar desceu pra minha boca, ele fechou os olhos e respirou fundo, desviando.

- E eu não acredito. - Gargalhei.

- Tu é muito marrento, cara. - Ele riu debochado, enquanto eu passava a mão pelos seus dreads, sentindo seus pelos se arrepiarem. - Marrento e lindo. - Passei a mão no seu abdomen. - E extremamente gostoso. - Soltei baixinho no seu ouvido, dando um cheirinho no seu pescoço. Ele respirou fundo e virou, segurando meu rosto.

- Você jura que me tem na mão né, Michelle? - O olhei, mordendo os lábios.

- Não tenho? - Passei o pé por cima do seu membro e ele segurou minha canela forte, puxando minha perna e me fazendo sentar no seu colo. Me mediu e deu um tapinha fraco no meu rosto, enquanto eu mordia os lábios.

- Cachorra. - Falou baixo.

- E sua. - Falei mais baixo ainda, sentindo ele levantar comigo no colo, entrando no quarto.

Assim que toquei os pés no chão, ele me beijou gostoso, descendo a mão até a minha bunda e subindo meu short, que era de malha, apertando minha bunda, me fazendo suspirar.

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora