trinta e nove.

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Fabiola POV

- Eita, ta brava minha sócia? - Lucas falou, enquanto observávamos o movimento do quiosque, que hoje estava mais calmo.

- Todo dia 15, Luquinhas.

- Puts, ele ta atrasado de novo?

- Toda vez. - Suspirei. - Mas disse que já ta vindo.

- Se estressa não, daqui a pouco ele chega aí, você pega nossa princesa e nem da muita ideia. Homem quando é babaca assim, entra por um ouvido e sai por outro, nem vale a pena. - Assenti, pois ele tinha razão.

Tive a Olivia com 18 anos, depois de 2 anos namorando o Luiz. Nós ficamos juntos, com muita boa vontade da minha parte, por mais 2 e depois nos separamos, com guarda compartilhada, então ela ficava 15 dias em casa, e 15 dias na casa dele.

De início, achei um absurdo. O cara era um irresponsável e me perguntava pelo menos uma vez na semana onde estava com a cabeça quando decidi ter minha pretinha justo com ele. Mas em compensação, a família dele era sensacional e apaixonados por ela, o que me fazia ter confiança de deixa-la ir. E de fato, ela amava ficar na casa da avó.

O carro dele parou na frente do quiosque e eles desceram. Só de ver o rostinho dela, já até esqueci que estava puta. Morria de saudade da minha bichinha.

- Oi minha princesa.

- Oi mamãe, senti saudade.

- Eu também, minha vida. - Beijei seu rosto e levantei, olhando pro Luiz e pegando a mochila dela. - Valeu.

- Oi, né? Feliz ano novo, muita paz e saúde. - Revirei os olhos.

- Meu amor, sabe quem ta morrendo de saudade também? O tio Lucas. Vai lá dar oi pra ele. - Ela o procurou pela praia, correndo assim que o achou. - Foi tudo bem nesses dias?

- Oi, né? Feliz ano novo, muita paz e saúde. - Repetiu.

- Meu Deus como tu é chato. Oi, tudo bem? Ah que ótimo, tô maravilhosa também.

- Maravilhosa tu ta sempre, né? - Dei um sorriso amarelo. - Pena que tá oficialmente comprometida agora.

- "Pena" como se tu tivesse chance de alguma coisa se eu não tivesse. Eu ein, se manca.

- Você é grossa, né? Por isso que não demos certo.

- Quer que eu te lembre porque não demos certo? - Ele revirou os olhos.

- Engraçado que quando foi eu que arrumei namorada, foi um barraco sem fim.

- Porque ela tinha ciume da sua filha, simplesmente. Motivo totalmente diferente.

- Tinha nada, maluquice tua.

- Fala isso pro pneu do seu carro que ela furou no dia que tu veio buscar Olivia doente e ficou mais de dez minutos dentro da minha casa.

- Foi só um episódio. Mas papo reto, to puto que tu ta namorando um cara que eu nem conheço.

- Conhece sim, é do time que tu torce. - Ele fez cara de tédio.

- Piorou. Jogador nunca vale nada.

- Se tu fosse jogador Olivia teria vida mais fácil então. Fugiu da regra?

- Você sempre tem uma respostinha, né? A parada é que, você colocou um homem que eu não conheço em contato com a Olivia e eu não achei legal, só isso. Os dois cuidam dela, acho que isso tem que ser acordado, não?

- Não. Nossa filha, minha vida. Sei muito bem quem se aproxima dela, não é atoa que passei 5 anos sem deixar ninguém que eu me envolvi, conhece-la. Se deixei, é porque confio e bom, ela ama ele, né? Acho que é isso que tá te incomodando.

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora