vinte e seis.

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Entrei no uber e mandei a foto vestida com a camisa pra Fabi

Michelle

Realizando seu sonho de me ver vestida com essa

Fabi

Gostosaaaa

Falei que ia ficar linda

Vem cá...

Tá com o nome de mozão atrás, é?

Michelle

Não, garota KKKKK

Tchau, que cheguei

Fabi

Já???

Uber Flash tá com outro conceito, dá oeste pro Maraca em 20 minutos

Michelle

...

:)

Fabi

TU VAI CO. A DAMILIA DELE BÉ

eu amoooo meu casal de marrentinhos

Michelle

HAHSHAHAJA

Fabi

Eu fiquei nervosaa

Hahahahahah

saco

lindos demais e acabou o assunto

bom jogo, vai se apaixonar pela nossa torcida

espero que te convençam, pra no próximo irmos juntinhas

te amooo

Ri, balançando a cabeça negativamente e a respondendo, vendo o carro parar em seguida.

- Eita, cheguei atrasada? - Perguntei, vendo Seu Val deixando o carro no jeito pra sair.

- Antes fosse, viu? Só ansioso pra caralho. - Me abraçou, beijando minha testa.

- Meu Deus, homem. Tá até suando. - Ele riu.

- Eu fico maluco em dia de final, Mi. Não sei como Lindalva me aguenta ainda. - Foi andando comigo até a porta. - Aê, achei perdida aqui no condomínio, me reconheceu, pediu ingresso e chamei pra ir com a gente. - Gargalhei.

- Aeee, agora sim tá no time certo. - Dona Lindalva disse.

- Eita como ficou o dobro de linda com essa camisa.

- Ninguém respeita meu Bahia, é impressionante. - Eles riram.

- Mas sério... Podemos ir?

- Nossa cara, vamos vai, antes que o senhor exploda. - Dhio levantou.

- Se acalma, homem. - Levantou também, dando um selinho nele.

Bonitinhos demais.

Dhio me olhou com cara de tédio, me fazendo rir.

- Vamo indo que esses aí quando começam é uma melação só.

- O amargor da mulher solteira. - Ela gargalhou.

- Pior que tô mesmo. Apesar que teve um querido que me mandou mensagem, olha isso. - Nos grudamos ali e ela começou a mostrar as conversas com um cara que ela tava flertando a um tempo.

Logo os tios apareceram e nós entramos no carro, indo em direção ao Maraca.

De fato era tudo o que diziam, ameaço a dizer que até um pouco mais.

Foi uma das experiências mais doidas da minha vida. A torcida tava dando um show absurdo e assim que os jogadores entraram, senti um frio na barriga. Que dobrou na hora do hino.

Tava geral feliz e muito nervoso ao mesmo tempo, era nítido.

Aos cinco minutos já rolou gol do Palmeiras, Rafael Veiga.

Isso fez a torcida vibrar e cantar mais ainda, principalmente fora do camarote.

Ambos os times eram absurdos, mas não dava pra negar que Palmeiras estava mais agressivo.

Caos definiu o começo do segundo tempo, diversos "quase" dos dois lados.

- Bora! - Tio Val soltou, vendo eles se aproximarem da área. Geral levantou atento, Arrasca deu assistência e Gabi mandou pro gol.

Puta que pariu, esse moleque era foda.

Esse time era foda. A torcida o dobro.

O empato resultou na prorrogação e foi aí que azedou. A cena do Andreas caindo e Deyverson pegando a bola em seguida, parece que passou em câmera lenta.

Assim como o juiz apitando fim de jogo em seguida e eles levantando a taça.

Tava geral pra baixo, e eu só pensava em uma pessoa, que apareceu ali no camarote um tempo depois, com os olhos vermelhinhos.

Ele ficou bons minutos abraçado com cada um dos três, ouvindo as palavras de cada um.

Nos olhamos e ele deu um sorrisinho, me abraçando forte.

- Desculpa ter te tirado de casa pra isso.

- Oxe rapaz... Foi um dos melhores jogos da minha vida. Faz parte e independente do resultado, tu foi foda. - Beijei seu ombro.

Ele devolveu o beijo e nos afastamos.

- E aí, campeão. O que vai querer fazer? - Tio perguntou.

- É... Não me levem a mal, juro, mas acho que quero ir pra casa. Tudo bem por vocês?

- Nós imaginamos. - Dhio sorriu de lado, acariciando seu rosto.

- Prometo que na semana saímos pra jantar, só preciso... Ficar mais quieto. - Tentou falar com jeito. Amava o jeito que ele se relacionava com a família.

Na real, nesse tempo passei a amar muita coisa no Gabriel.

Ele tinha deixado o carro aqui antes de ir pro CT e acabei indo com ele por morarmos mais perto.

As ruas e bares ainda estavam lotados e a cada farol que parávamos e ele observava o pessoal, percebia que mais murcho ficava.

Passei a mão em seu ombro, descendo pelo seu braço. Ele entrelaçou nossas mãos, beijando a minha.

- Eu fico chato pra caralho pós jogo, foi mal. Mas obrigado por ter ido hoje, tá?

- Eu que agradeço por ter me convidado, eu amei.

- Te convencemos a mudar de lado?

- Nunca. - Ele riu. - Mas talvez vá outras vezes.

- A torcida é outra coisa, né?

- A coisa mais linda. - Ele suspirou, beijando minha mão mais uma vez.

- Dorme lá em casa hoje?

- Ué, achei que quisesse ficar sozinho.

- Quero, mas sozinho com você. Faz sentido?

Deu um sorrisinho e foi minha vez de beijar sua mão.

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora