capitulo dezessete.

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A minha vontade era ficar em casa, a noite toda de bico, vendo série e tomando vinho.

Mas vim me embebedar na festa do Matheuzinho e confesso que pela primeira vez, torci pra não encontrar o Gabriel.

Devo ter rezado muito errado, porque ele não só estava, como tinha levado a skatista.

Assim que eu e Fabi entramos, ele cravou os olhos em mim. A menina riu de algo que o Thiago falava e ele voltou a prestar a atenção na conversa

O clima do churrasco do Matheus era o oposto do de Rodi. Trap e funk tocando no ultimo, luz baixa, todos os tipos de bebida. Resumindo, clima de caos. E eu amava.

Dessa vez, nem rezei pra gente não parar na mesma rodinha que a deles, porque eram onde estava todos os moleques que eramos próximos, então logo estava ali no meio.

"E aí, Mi" foi a única coisa que o bonito disse. Mais nada, nadinha. Porém, em compensação, estava quieto no geral. Não interagia tanto com os meninos, nem com a skatista e como sempre, vira e mexe nossos olhos se cruzavam.

Depois de um tempo parei de ligar, aparentemente não íamos sair disso nunca, ele ta com a querida aí e eu mereço ao menos curtir a festa em paz.

Embalei uma conversa ali com o Gomes e a Mylla, vendo Matheuzinho e Fabi se dividirem entre a nossa conversa e uma conversa só deles, cheios do sorrisinhos.

Torço muito, não nego.

Gabriel falou algo no ouvido de Marheus, levantando com ela e saindo. Me esforcei pra não revirar os olhos.

- Ué, onde ele foi? - Gomes perguntou, agradeci mentalmente pois bem tava curiosa também.

- Foi levar ela na porta pra pegar uber.

- Metidona, né? Deu nem tchau direito.

- Quando é chatinha assim eu já nem faço questão, que vá com Jesus. - Matheuzinho soltou, nos fazendo rir.

Perguntei onde era o banheiro, que estava segurando o xixi desde o segundo copo e levantei, entrando na casa.

Procurei e subi as escadas, já que ele disse que estava mais vazio.

Assim que saí, vi Gabriel na porta e nos encaramos durante alguns segundos.

- Antes que pense, não estou te seguindo. Matheuzinho falou que aqui tava mais vazio.

- E eu lá falei alguma coisa?

- Moldou a ferradura hoje?

- Ah Gabriel, não venha não, viu? Não venha não que você passou a noite me ignorando, queria o que?

- Tô cansado, só isso. Não posso?

- Imagino, evento deve ter sido bom.

- Certeza que não foi melhor do que seu encontro.

- Que encontro, cara?

- Ah Michelle, não se passa vai. Quero usar o banheiro, tem como?

- Não tô tampando a porta, tá com medo de passar aqui pertinho, é? E outra, não estou me passando, só não sei que tal encontro é esse.

- O que tu foi ao invés de ir no evento.

- Gabriel, você ta de brincadeira, né? Te falei semana passada que tinha visita hoje. Brinquei com encontro porque tu brincou também. Tá doido?

- Puts... Tinha esquecido. - Revirei os olhos e cruzei os braços.

- Mas ainda bem que não fui, né? Pra tu ficar me tratando de forma seca por causa da sua loirinha, foi melhor não ter ido mesmo. - Ele riu, se aproximando de mim.

- Tá com ciúme é, bê?

- Quem pegou ar com um encontro imaginário foi você, né? - Ele riu de novo, olhando pro chão.

- Eu fiquei puto mesmo, Michelle, não vou negar não. Não gostei de saber que tu ia sair com outro ao invés de sair comigo. - Se aproximou mais, segurando meu queixo e acariciando meus lábios, o que me fez arrepiar.

- Se eu quisesse baba da garota que tu tava eu ia lá e beijava ela, Gabriel. - Tava brava mas não movia um musculo pra me afastar.

Ele gargalhou, se aproximando um pouco mais.

- Você é brava demais. Me amarro. - Falou baixinho no meu ouvido, dando um beijo no meu maxilar. - Eu tô com vontade pra caralho de você e não tô mais conseguindo disfarçar.

Sua mão passou pra minha nuca e ele se aproximou mais, roçando nossos labios.

E eu que tava grandona, amoleci rapidinho.

- Gabriel... - Soltei, mais mole ainda ao sentir o beijo dele no meu pescoço.

- Se você não quiser, eu paro. - Perguntou bem pertinho da minha boca. Passei a mão pelo seu braço, subindo até seu pescoço e rocei nossos lábios de novo, vendo ele fechar os olhos e suspirar, dando uma risadinha fraca, me puxando pula nuca r me dando um beijo lento.

Seguíamos o mesmo ritmo, como se quiséssemos sentir o gosto um do outro. Suas mãos desceram pelas minhas costas e ele segurou minha cintura, a apertando, enquanto eu suspirava.

Agora é que fudeu de vez.

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora