Tá... Eu realmente gostava muito da família do Gabriel. Eles me pediram pra ir mais cedo pra lá ao invés de ir de noite e dava pra ver que estavam fazendo de tudo pra eu não me sentir sozinha.
Tia Linda fez até Vatapá de acompanhamento e Moqueca, enquanto eu chegava junto no Tiramissu de sobremesa.
E no momento, a mulher negra colocava seu belo vestido, seu bom salto, e soltava o cabelo pós terminar de se maquiar, pronta pra comemorar o aniversário de Jejê.
Bateram na porta e eu atendi, vendo Gabriel todo arrumadinho. Nos medimos e ele respirou fundo, colocando as mãos na cintura.
- As vezes eu acho que você faz de propósito. - Ri, abrindo um pouco mais a porta, enquanto ele entrava.
- Gostou da nova versão que usa salto? Vai ser minha nova personalidade do próximo ano.
- Babo em todas as versões. - Me fez dar uma voltinha. - Queria te dar uma parada, enquanto geral tá se arrumando ainda. - Mexeu no bolso, tirando uma caixinha comprida.
- Sabe que não precisava, né?
- Sei. - Ri, o olhando e abrindo a caixinha em seguida. Era um colar dourado, com um pingente com o mapa da Bahia.
- Ah, Gabriel. - Ri, segurando. - É lindo demais, eu amei.
- Sei do quanto gosta de onde veio, quando vi, não teve como não pensar em você. - Sorri de novo, o abraçando, torcendo para que meu pouco peito disfarcasse o quão rápido meu coração tava batendo.
- Eu comprei uma coisa pra você também.
- Ih, brincou?
- Brinquei nada e tô passada pois acho que dividimos o mesmo neurônio. - Abri minha mochila, pegando uma caixinha também.
Ele deu um sorrisinho e abriu, puxando o colar, que tinha um pingente redondo com um trecho de Levanta e Anda do Emicida em formato de redemoinho.
- Você já falou o quanto essa música representa pra você, achei que faria sentido carregar ela junto.
- Agora você me quebrou. - Riu, lendo a frase.
- E esse é pra você perder a virgindade de show do Emicida, já que me fez perder a do Ret. - Entreguei os ingressos, enquanto ele riu.
- Tô até sem graça, gosto demais desse cara.
- Pô, fico passada que tu já foi em todos os shows do mundo, menos no dele. - Ele riu. - Mas vi que esse cai na nossa folga, nada mais justo. Quer dizer, na sua folga, né? Não precisa necessariamente ir comigo, vai com quem quiser. - Corrigi e ele riu.
- Se não for com você, vou cantar Baiana pra quem? - Segurei o riso, enquanto ele se aproximava. - Obrigado, minha preta. Essas são nossas aliança então? - Levantou os colares, enquanto eu gargalhava.
- Deixa eu colocar vai, garoto. - Ele riu, virando, enquanto eu colocava o colar nele, virando automaticamente pra ele colocar o meu.
Segurei o cabelo e assim que ele fechou o colar, beijou meu pescoço delicadamente, me abraçando por trás.
- Senti sua falta nessas duas semanas. - Virei, passando o braço pelos seus ombros e semicerrando os olhos, fazendo ele rir. - Te juro.
- Acredito, porque também senti. - Acariciei seu rosto e foi a vez dele de fazer a mesma feição que a minha. - Mesmo indo no pagode quase todos os dias, tal qual o senhor.
- O que piora mais ainda as coisas, né?
- Demais. - Ele riu, observando meu rosto com um sorrisinho. Selei nossos labios e senti as borboletas no estômago junto com o frio na espinha.
Aprofundamos o beijo e senti sua pele arrepiar, enquanto os dois davam um sorrisinho no meio dele.
- Amiga, tá bom? - Entrou no quarto e nós nos separamos.
- Aprendeu tudo menos bater na porta, né? - Ele soltou, mas ela não respondeu, ainda nos olhando chocada, me fazendo rir.
- Não sei se estou passada ou feliz. Apesar que hoje vocês não estavam disfarçando nada.
- Michelle é péssima disfarçando mesmo. - O olhei, rindo.
- Tu encarando ela de dez em dez minutos não configura disfarce não, gatinho.
- A voz de Dhiovanna é a voz de Deus. Mas respondendo sua pergunta, tá linda demais.
- Linda do irmão, realmente roubou a beleza da família.
- Cretinos, não mudem de assunto. - Nós rimos. - Eu atrapalhei uma primeira vez ou...
- Não, agora vamos descer. - Gabriel tocou nos ombros dela, a direcionando pra porta, enquanto ela se chocava ainda mais.
- Tá rolando faz tempo???
- Ouviu minha mãe chamando a gente? - Me olhou.
- Ouvi, deve estar precisando de ajuda.
- Vocês são sonsos demais. - Gargalhei, fechando a porta atrás da gente.
Eles desceram na frente e eu dei uma respirada funda pelo susto, rindo da situação logo em seguida.
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incomum || gabigol
Fanfiction"Não tem como te decifrar incomum Em cada curva sua inconfundível Só sei que me pegou de um jeito incomum"