quarenta e nove.

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Acordei entendendo nada da vida e só pelo sol entrando na janela, já imaginei o calor que estava lá fora.

Levantei, fiz minhas higienes e parei na porta, observando Gabriel dormir só de cueca, com a bundinha pra cima.

Benzadeus...

Respirei fundo e desci, tomando dois copos de água seguidos e pegando outro pra Gabriel, caso ele quisesse quando acordasse, porque se não quisesse, ia mandar pra dentro também.

Assim que entrei, ele saiu do banheiro, agora de bermuda.

- Bom dia, minha gostosa.

- Fala assim não que fico fraca. - Fechei a porta e ele riu, se aproximando e me dando um selinho demorado.

- Leu minha mente? - Olhou pro copo.

- Desci com a sede de três camelos, imaginei que não fosse estar diferente. - Ele sentou na cama, bebendo a água, enquanto eu ligava o ar, que nossa Salvador não tava de brincadeira hoje.

- Mas acredita que não tô com tanta ressaca?

- Pior que eu também não, milagre. Que não lembro nem como cheguei no quarto direito.

- Tá de sacanagem? Jurei que estivesse mais bêbado que você. - Rimos. - Tu disfarça bem, eu que dou pala. - Me mediu e deu uns tapinhas na própria coxa, entendi o recado e sentei no colo dele.

- Ontem o Deus do Furdunço ficou comigo. - Ele riu.

- A data merecia. - Terminou a água, beijando meu ombro e observando meu cabelo. - Amo você com o cabelo assim.

Eis que minha mente viajou tal qual Visões da Raven para algo que falei na noite passada. Algo que iria fingir que não aconteceu e que eu espero que ele não lembre.

Porque caso esteja lembrando, não respondeu e segue sem tocar no assunto porque não sente o mesmo?

Iiih neurótica, afasta, Michelle do futuro pensará nisso, hoje não.

- Vou começar a deixar um pouco mais desse jeito. Porque meu cabelo precisa respirar, e não porque tu falou que gosta, que não sou gado.- Semicerrei os olhos, cruzando os braços e ele gargalhou.

- Marrenta pra caralho, né? Mas apoio. Mesmo minha palavra não valendo de nada pra você, vou amar demais te ver assim mais vezes. Me amarro. - Acariciou minha nuca e eu segurei o riso. - Lembra até aquela do Start, sabe?

- Sei não... - Olhei pras minhas unhas. - Não sou muito de ouvir rap não. - Ele riu.

- Vou cantar então, é aquela "Seu sorriso branco, seu cabelo black, vou me enlouquece com esse jeito sexyyyy" - Cantou desafinado e o enchi de selinhos.

- Lembrei, lembrei.

- A técnica pra me calar. - Gargalhei e ele me deu um tapa na lateral da coxa, a apertando. Segurei seu rosto e o beijei, amolecendo quando sua mão chegou até minha nuca, segurando firme.

Ouvimos a porta bater e nos separamos.

- Mana, tá acordada? - Zion falou baixinho. Levantei, olhei pra Gabriel pra ver se o bonito estava em condições e abri a porta.

- Bom dia, coisa linda. - Acariciei seu cabelo e ele me abraçou rapidamente, entrando e se jogando no chão com os braços abertos.

- Aqui tá fresquinho. - Fechou os olhos. - Bom dia, meu pivete.

- E aí meu lindo. - Fizeram um toque e Gabriel sentou no chão, encostado na cama.

- Tu não veio aqui só por causa do ar não, né?

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora