sessenta e três.

3.5K 258 34
                                    

- Bora, hoje ta no seu controle. - Gabriel jogou a chave, entrando no carro, enquanto eu ficava do lado de fora.

- Amor, você me deu a chave errada, o meu é esse aqui. - Parei ao lado do carro vermelho e ele riu, abrindo a porta do banco do motorista.

- Entra logo vai ô bonitona. - Me dei por vencida e entrei. - Aquele é o meu bebê.

- Eu também sou, nada mais justo. Mas hoje aceito dirigir esse, tá? Só hoje. - Me arrumei no espelho e ele percebeu que estava enrolando.

- Ta com medo é bonita?

- Lógico, e se eu matar nós dois?

- A gente morre juntinho que nem Romeu e Julietta. - O olhei e ele riu, beijando meu ombro. - Ó, a gente da uma volta aqui pelo bairro e se você não se sentir segura, eu dirijo, pode ser?

- Pode. - Respirei fundo e ele beijou meu ombro de novo.

- Você é braba, vai conseguir. - Fizemos nosso toque e eu liguei o carro, dando partida.

Desde que tinha colocado na cabeça que queria ficar motorizada, ele me ajudava a dirigir toda noite, só pra eu ir me acostumando.

A gente tinha marcado de passar o final de semana em Grumari com o pessoal e inventei de abrir o bocão falando que ia dirigindo na ida e na volta, agora to aqui, se cagando todinha.

- Aí minha preta, ta otima. A estrada é de boa, pra quem já pegou a Avenida das Américas em horário de pico pra me buscar no CT, vai ser fichinha.

- Se eu não conseguir, promete que pega? Inclusive na volta?

- Lógico, amor. Mas vai conseguir, confio em você. - Beijou minha mão e eu selei nossos labios, respirando fundo e dando partida.

O homem não mentiu. Fui de boa, tanto que na metade do caminho, até liguei o rádio.

- Pega a mãe agora, tá? - Soltei, assim que estacionei.

- Agora entendi quando tu fala que eu fico gostoso dirigindo. - Gargalhei.

- Pois digo que fica gostoso de passageiro também. - Ele riu, segurando meu rosto e me dando um selinho. - Já tô ótima pra dirigir o vermelhinho.

- Vamo descer? Pessoal tá esperando. - Mudou de assunto, enquanto eu ria, abrindo a porta.

- Ih, brincou que Michellão tava no toque? - Matheus brincou, enquanto nós riamos.

- O que essa aí vai me dar de perdido agora, eu não levei na vida toda.

- E tá errada? - Fabi soltou de dentro da piscina.

- Nunca. - Soltei e eles riram. - Quer ajuda, amô?

- Sim senhora, né? Bonitona. - Gargalhei.

- Amo como meu amor é cavalheiro. - Ele riu e apesar da graça, me entregou a mais levinha, levando a que estava com a maioria das roupas.

Subimos e eu fui pro banheiro colocar o biquíni direto, saindo e vendo ele rindo baixinho e se escondendo.

Ele foi se aproximando devagar da porta, olhando pro corredor e se escondendo de novo.

?

- Tá... Acontecendo alguma coisa? - Perguntei e ele fez sinal de silêncio.

- Ela vai ouvir. - Sussurrou.

- Ela quem, homem?

- Vem aqui... - Me aproximei. - Sai no corredor e vê se ela tá vindo. - Fiquei o encarando com vontade de rir. O homem simplesmente alucinando, mas bati palma pra maluco e fiz o que ele pediu.

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora