quarenta e seis.

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Gabriel POV.

Viver com a Michelle era muito fácil.

Já ia fazer um ano que nos conheciamos, alguns bons meses que ficavamos e agora, um mês que namorávamos e tudo do lado da filha da mãe era muito leve, até as brigas.

Tava acostumado com relacionamento caótico, mais discussão que momentos bons, briga sendo resolvida com sexo não com conversa, insegurança.

E com a filha da mãe, não. Era tudo bom pra caralho e ainda estava me acostumando com isso. Toda vez que eu puxava briga por algum motivo idiota, ela já quebrava minhas pernas fazendo piada, ou não dando moral pra minhas gracinhas e me chamando pra conversar de forma séria depois. Tava aprendendo pra caralho a ser maduro com ela.

Aniversário da bonita tava chegando, ela ia comemorar com a família em Salvador e perguntou se eu conseguia ir junto. Ia cair nas folgas dos jogos e eu aceitei, lógico. Mas ae... Tava nervosão.

- Tá de sacanagem que tu pediu ela em namoro assim? - Dhiovanna gargalhou.

- Era pra pedir como sua otaria?

- Mais bonitinho, né? Pô, momento especial.

- Você que é fresca, por isso tá solteira. - Ela jogou o travesseiro em mim, me fazendo rir.

- Mas que bonitinho, irmão... Você fica um fofo quando tá apaixonado, mas nunca tinha te visto levinho assim. - Acariciou meu rosto.

- É, ta sendo bonzão. Tô feliz, no papo.

- Tô vendo. - Apertou minha bochecha. - Vão fazer viagem de casal e tudo. Apesar que já tinha rolado no ano novo, né?

- É, mas o foda que não considero nenhuma das duas, sabia? A primeira a gente tava com geral e agora vamos ficar na casa da família dela. Vou ver se rola outra folga prolongada de novo pra ir só nós dois.

- E tu tá ansioso?

- Pra conhecer a família dela? Pra caralho. Medo de não confiarem em mim por conta do... Por conta de umas paradas aí.

- Bom, ela confia, né? Acho que isso já é meio caminho andado pra eles. Tirando que, me dói admitir, mas você é o simpático de nós dois, apesar da pose de marrento, depois que te conhece não tem como não gostar.

- Te dói admitir o que sendo que isso é óbvio? - Ela riu. - E outra, só pelo seu abuso não vou contar o que vou fazer, tá?

- Ah vai sim. - Levantei. - Ô Gabriel!! - Sai correndo do quarto e ficamos igual dois idiotas pelo corredor, desci correndo pela cozinha, vendo minha mãe com a mão na cintura.

- Foi mal... - Dhiovanna entrou correndo também, só que vindo da sala e ganhou o mesmo olhar.

- Foi mal, mami. - Deu um sorrisinho. - Mas esse querido não quer me contar a surpresa que vai fazer pra Michelle, é mole? Eu no meu papel de irmã e cunhada não aceito.

- E nem eu no meu papel de mãe, vai contar sim.

- Não vou cara, se conformem. - Abri a geladeira, pegando a garrafa de água, mas assim que virei, vi as duas com a mão na cintura, rindo. - Tá, vou contar. Mas nesses dias que ela vier pra cá antes de viajarmos, é pra fingir que nunca abri minha boca nessa casa, ein?

- Ta ta, a gente promete, agora conta. - Minha mãe soltou e eu ri, me aproximando delas.

(...)

Michelle POV

Nunca tinha me sentido nervosa com nada quando se tratava do Gabriel, ele sempre me deixou confortável pra absolutamente tudo.

Até convidar ele pra ir pra Salvador comigo.

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora