vinte e oito.

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Tal qual a infância, dormi no sofá e acordei na cama, entendendo nada.

Levantei, fui pro banheiro, fiz minhas higienes e saí, indo pra cozinha.

- Agora tu elevou o nível, ein? - Soltei, sentindo cheiro de bolo.

- Pra compensar suas jantas. - Me aproximei.

- Até com calda, gostei de ver. - Encostei bem na bundinha dele, dando uma bimbadinha, enquanto ele gargalhava.

- Isso aí eu já não posso te dar não, já fique sabendo.

- Que bom, pois nem eu. - Ele riu e eu sentei na bancada.

Ele desligou o fogo, pegou uma colher e pegou um pouco de calda, se aproximando e dando na minha boca, olhando nos meus olhos.

- O que achou?

- Uma delícia. - Soltei baixinho.

- É? - Roçou nossos lábios, segurando minha nuca e me beijando com calma. - Realmente... Uma delícia. - Soltou baixinho no meu ouvido, beijando o meu pescoço.

- Rapaz... - Amoleci, fechando os olhos ao sentir um chupão dele. - Teu passe livre já tá até se desfazendo.

- E como eu faço pra pegar outro? - Começou a abaixar a alça do meu pijama, beijando minha clavícula.

- Só fazer por merecer. - Ele depositou minha um chupão perto do meu peito. Assim que ele começou a abaixar mais o tecido, senti cheiro de queimado. - O bolo, bê.

- Ai, caralho. - Levantou, pegando o pano de prato e abrindo o forno. - Caralho, caralho, caralho. - Deu uns pulinhos por estar quente, colocando em cima da pia, me fazendo rir.

- Quase nosso café da manhã vai com Deus. - Passei um prato maior pra ele.

- Você me distrai.

- Você que cai fácil nos meus encantos. - Falei baixinho no seu ouvido, beijando seu pescoço e passando pro outro lado do balcão.

- Não sei mais o que faço com você não,  sinceramente. - Ri, tentando pegar mais calda, enquanto ele puxava a caneca, me fazendo rir. - Será que pode desenformar, preta?

- Não dengo, espera esfriar um pouco mais. - Ele assentiu, encarando o bolo.

- Mas esfriar quanto? Tô cheio de fome. - Disse, depois de alguns minutos.

- Tu nunca desenformou, né? - Nos encaramos.

- Minha moral vai cair?

- Vai. - Ele riu e eu parei do lado dele, enquanto ele se afastava. - Vai pra onde? Tu que vai fazer, só vou guiar bonito. - Ele riu, segurando a faca que passei.

- Fala, minha preta. Me guia. - Gargalhei.

- Coloca a faca aqui no canto, desce e vai contornando. Faz umas três vezes, pra soltar as laterais. - Ele seguiu. - Agora vira.

- Mas já? - Ri e ele respirou fundo, virando rápido.

- Da umas batidinhas no fundo e tira a forma. - Ele subiu a forma e o bolo ficou certinho,me olhando chocado, me fazendo gargalhar.

Pegou a caneca com a calda e foi jogando por cima do bolo.

- Ai papai, férias eu te amo, vou amassar isso aqui demais. - Soltou, pegando calda que sobrou na caneca com o dedo.

O homem era gostoso fazendo tudo, cozinhando dispensava comentários.

(...)

Fomos pro mesmo lado, depois pro outro, assim que eu virei pra rebolar, ele fez outro movimento e nossos corpos se chocaram.

- Pra mim chega, não dá. - Gargalhou, pegando o celular e se jogando no sofá, pós passarmos quase uma hora fazendo dancinhs do tik tok na frente do celular.

Por que? Não me pergunte.

- Mas posso te falar? A gente é bonitão, ó aqui. - Me joguei por cima dele, enquanto ele dava play no vídeo.

- Tu nem disfarça, né? Meu Deus véi. - Dei pausa no vídeo bem na hora que ele me media, enquanto ele gargalhava.

- Tudo tem limite, gostosa dessas rebolando pra mim, nao teve como. - Trocou nossas posições, me dando um cheiro no pescoço.

- Deixa eu te perguntar uma parada. - Sentou, puxando minhas pernas pra cima das dele. - Tu não vai pra Salvador no final do ano, né?

- Infelizmente não.

- Vai passar onde?

- Em casa pô, talvez de um pulo na Fabi.

- Comentei com Dona Lindalva né, que tu não ia voltar pra casa nesse fim de ano. Te convidou pra passar lá.

- Sério?

- Sério pô, eles gostam de você pra caramba.

- Fico feliz, também gosto deles demais. Avisa pra ela que eu vou sim. Ter que te aguentar, né? Mas por ela eu vou. - Ele riu, pegando o travesseiro e colocando no meu rosto, que comecei uma lutinha segundos depois.

Nem vou falar que é aí que mora o perigo, que ja até virou história.

incomum || gabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora