DISPONÍVEL NA LERA E BUENOVELA
A queda de Alessandro Petrov ocorreu quando o belo anjo de cabelos acobreados assim como a auréola sobre sua cabeça, apareceu na porta de seu escritório. Os olhos grandes cor de ambar brilhantes implorando por algo qu...
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ANGELINA PETROV.
O barulho dos grilos é minha única companhia na noite escura iluminada pelos postes do jardim junto a lua pálida, que com sua luz contra o gramado verde( Que está em uma das poucas épocas do ano não coberto de neve) dão um clima perfeito para minha leitura.
— Boa noite.
Me assusto quando a voz grave atinge meus ouvidos.
— Quando chegou em casa? - levo a mão ao peito, fechando o livro enquanto ele se senta ao meu lado no banco.
— Faz alguns minutos. Eu pensei que chegaria que minha mulher estaria nua no quarto me esperando, mas ela está aqui... - fala num tom leve mas acusatório e insatisfeito.
— Me perdoe, senhor...- Retruco com deboche e humor. — Eu vim me distrair...- ergo o livro. — Acho que estou cada dia mais rendida por um bom romance.
— Deveria focar no nosso e não na ficção. Os romances literários não podem ser mudados.
— Acho que está é a graça...os romances que eu escolho sempre acabam com o final feliz, e isso não pode ser mudado. O final é sempre o Mesmo...
Diferente da minha vida que é cheia de altos e baixos, e quando chega o fim, quando na chega o ponto final, eu não estou mais aqui para viver a consequência. Queria que isso fosse um livro, que eu soubesse que mesmo com obstáculos no fim tudo ficaria bem, que eu seria feliz, penso.
— O nosso também pode ser feliz. Só depende de uma pessoa...
— De você...- respondo baixo o olhando.
— Errada. Você... Você é a única que pode fazer nossa relação ter um final feliz.
Movo a cabeça, discordando.
— Eu tento...mas você sempre surta.
— É claro que eu surto. Você sabe exatamente o que não fazer e mesmo assim faz...Para me provocar, desde a adolescência é assim. Fala com quem não tem que falar, usa o que não tem que usar, sabe perfeitamente como vai ser minha reação e mesmo assim vai em frente. Não se lembra da vez que saiu com um cara desconhecido da internet? - Cita o ocorrido de mais de seis anos atrás.
— Eu...- encolho os ombros.— Eu não estava com você...estava solteira.
Lembro que na época eu estava muito feliz com um dos meus últimos anos no ensino médio, minhas amigas viviam intensamente e já faziam de tudo, eu também queria aquilo, queria sair, conhecer gente nova e aproveitar a vida. Alessandro estava mais recluso e frio do que nunca, se preparando para ser subchefe desde cedo, e eu estava em outra vibe.
— Você sempre soube. Sempre soube que um dia seria minha e mesmo assim sempre escolheu as férias na Rússia para viver a vida de solteira. - Ri com raiva, seus ombros subindo e descendo. — Só para me ver surtar, para me ver atrás de você. Para me ver com ciúmes... - Seus olhos rancorosos e acusatória me intimidam. — Admita Angelina, você sempre gostou do meu ciúmes por você.
