DISPONÍVEL NA LERA E BUENOVELA
A queda de Alessandro Petrov ocorreu quando o belo anjo de cabelos acobreados assim como a auréola sobre sua cabeça, apareceu na porta de seu escritório. Os olhos grandes cor de ambar brilhantes implorando por algo qu...
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ANGELINA
Depois de acordar às 18h da tarde, não sentia que eu havia dormido, sequer descansado, o peso que estava em minhas costas e em minha mente continuava o mesmo. O reflexo do espelho me deixa cara a cara com a pele pálida e sem vida do meu rosto, olheiras profundas e arroxeadas assim com os meus lábios que um dia foram vermelhos. O que está no espelho é Angelina, mas eu não me reconheço.
Como eu vim parar aqui? Como as coisas chegaram a este ponto?
Eu não queria ter me separado do Alessandro, eu o amava...eu o amo! Eu só não queria que ele tivesse matado o Barry, queria que o Barry tivesse ido embora quando pedi. As coisas saíram do controle.
Eu nem imagino o quão triste e decepcionado Alessandro deve estar, talvez esteja até mesmo pior do que eu. A única coisa que eu estou me apegando para não desistir de tudo e correr para a Rússia e me jogar nos braços de Alessandro, é volta de consciência que me veio. Aquela cena horrível me fez ver que eu não era a culpada por tudo, que mesmo que haja algum responsabilidade nos meus ombros, ela não é toda minha. O amor de Alessandro é doentio, é descontrolado e muito egoísta, foi um amor manipulador.
E ainda tem o que sinto por Barry, está coisa forte que me incendeia por dentro, que dura há tantos anos, indo e voltando. O que sinto por ele é uma questão mal resolvida. Talvez as coisas tenham acontecido da maneira que tem que ser, eu não poderia me perder naquele amor daquela forma, não poderia deixar a O'neill e a minha própria essência nas mãos do Alessandro para que tudo se tornasse o que ele quisesse. Não poderia jogar no lixo toda luta da minha família. Barry realmente pode ser o melhor para mim, ele me ama, me respeita, cuida de mim e me orienta. Meu lugar é aqui...
Eu tenho que abrir mão de Alessandro e de todo amor que tenho por ele. Eu nunca vou poder ser o que ele quer, nunca vou poder ser obediente, cem por cento estável e submissa, não posso ser o que ele quer enquanto eu ainda quiser ser eu mesma. E também não posso pedir que ele mude o que é para caber dentro do que eu preciso. Não temos que mudar o que somos para poder ficar juntos, o amor não é se encolher para caber dentro de uma caixa sob medida. Por mais que me doa...eu vou deixar Alessandro ir, vou me libertar daquele amor que nunca deveria ter acontecido.
Com pressa seco lágrimas que caem, me recusando a chorar, me recusando a continuar amarrada ao passado. Barry é o meu presente, a Irlanda é o meu presente e a busca que eu estou para recuperar a mim mesma, é o meu presente. A partir de agora eu tenho que cuidar de tudo isso, me empenhar em proteger a mim e a Irlanda da possível fúria e vingança de Alessandro.
Por um lado, se ele fizer algo contra minha família, Barry e a mim em nome da vingança, meu sentimento por ele vai morrer mais fácil, e por outro lado, tenho que pensar na dor dele e entender que talvez ele tenha o direito de desejar destruir tudo que amo. Mas não, não é isso que o amor faz, o amor não destrói, ele constrói o que não existe e reconstrói o que foi destruído.
