CAPÍTULO 48

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ALESSANDRO PETROV

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ALESSANDRO PETROV

Em um intervalo de apenas 6h me vi recebendo um tiro no braço, perdendo o amor da minha vida para outro (que me vejo obrigado a comentar que deixou a dor do tiro quase inexistente) retirando uma bala do braço, saindo do hospital da Salazar a força e indo direto para um bar, não sei quantas doses bebi, só sei que não foi o suficiente, qualquer um no meu lugar teria caído no chão na terceira garrafa, e infelizmente nada me deixou bêbado o suficiente. Nenhum álcool está sendo capaz de amenizar a dor e o vazio da perca de Angelina.

Ao ser expulso do bar eu quis matar o barman, cheguei até mesmo a apontar uma arma para ele, mas sabia que se eu disparasse uma vez, eu não pararia ali...só pararia no segundo tiro, que seria para mim, dentro da minha boca.

Entrar em casa e ver o vazio da ausência de Angelina me fez dispensar todos os empregados, eu não queria ver ninguém, não queria ter ninguém por perto e nem ser questionado de nada. Não queria dar explicações, apenas recebê-las. As coisas de Angelina não estão no quarto, mesmo com a cabeça pesada e a visão turva, sei que não existe uma só peça de roupa dela por aqui, neste closet, cheio de lembranças. Me dá ânsia imaginar onde estava a cabeça dela quando a possuía aqui, o álcool volta do meu estômago e desce novamente queimando minha garganta, o gosto é nojento...mas o amargor de dizer as palavras " Tudo acabou" é maior.

Não existe nada dela aqui, nem a presença, nem as roupas...mas o cheiro, aquele maldito cheiro doce que me fazia arrepiar e trazia uma adrenalina doentia de excitação e possessão, este não sai da minha cabeça, nem do meu quarto....do que era nosso quarto, e nem do meu corpo. O cheiro mais doce.

Nosso tempo acabou e agora o único lugar que eu verei ela é nos meus sonhos, me olhando a olhar, os cabelos ruivos ao vento e as bochechas saltadas e rosadas. As lágrimas queima minha pele...igual os beijos dela.

[...]

Não conseguir dormir está sendo minha maldição, não acredito que se dormisse dormiria bem ou teria bons sonhos, mas nenhum seria tão ruim quanto o pesadelo que estou vivendo.

Fecho atrás de mim a porta da biblioteca, me causa uma enorme raiva e ao mesmo tempo alívio ver que daqui, ela não levou nada. Tudo organizado e deixado da maneira que ela havia arrumado.

Ando lentamente por cada centímetro, meus sapatos fazendo som no carpete, não largo a garrafa de whisky e nem as lágrimas que caem no chão. Observo da prateleira mais alta até a mais baixa, e o sofá que há no canto oeste e que não quero me aproximar e sentir mais ainda a presença dela. Em uma das instantes um espaço sem livros me chama atenção, no lugar de livros há uma caixa de madeira que me chama como se tivesse voz, e movido pela curiosidade a pego e abro, dentro há diversos objetos: conchas, pedras, flores secas e muitas cartas.

Vejo que as conchas são de diversas viagens a praia que fizemos, a maioria eu que dei a ela...meu dedo desliza por uma branca que é a maior de tudo, a textura parecida com a de gesso. As pedras coloridas e brilhantes pegamos em fundos de lagos e beira de cachoeiras, as flores secas reconheço que eu também as dei, rosas, margaridas e violetas.

Meu coração aperta quando me rendo a vontade de ler as cartas, não dou muita importância a elas, certas de natal e aniversário para Eric, Nádia, eu, e escrotas por eles enderaçadas a ela, acabo não contando minha vontade de rir pelas coisas ofensivas e provocativas que Eric escreveu para angelina.

Só tem uma carta minha, eu nunca fui bom com isso. Uma entre todas me chama atenção, envelope rosa...

"Essa é uma das dezenas de cartas que você jamais lerá, de qualquer forma são palavras que precisam ser expressadas mesmo que não sejam endereçadas a você. Daria qualquer coisa para que os dias em que só o admiro, de longe e de perto, acabem. Para que me olhe de forma diferente...não como uma adolescente ou a garotinha que um dia conheceu, para que me toque de uma forma diferente, não cuidadosa e instrutora, uma forma firme e apaixonada. Sou completamente apaixonada por cada traço seu, do seu corpo e do que é por dentro...da sua barba por fazer, do seu cheiro amadeirado, dos seus cabelos cor de ébano tão sedosos, da sua grandeza e voz que estremece meu corpo.

Um dia você será meu.... Barry o'conell."

Engulo em seco ao ler a última linha, deixando cair no chão e me afasto como se o papel me queimasse.

— AAAAAAAAA! - Rosno jogando a garrafa contra a parede, fazendo um estrondo agudo e os cacos se quebram em mil pedaços.

Sempre foi ele...sempre, nunca houve espaço para mim. Nunca ouve amor por mim.

Deixo meu corpo cair no chão, e me odeio por estar como uma criança, encolhido, chorando e desejando morrer.

Ela disse que eu era ruim e me mostrou como alguém realmente ruim faz. Angelina é o demônio em forma de anjo. É a mentira e a enganação, é a ilusão e a dor... é um pesadelo vestido de sonho. Uma voz doce carregada de veneno e mentiras.

DARK : THE FINAL POSSESSION  Onde histórias criam vida. Descubra agora