CAPÍTULO 58

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BARRY O'CONELL

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BARRY O'CONELL

O celular que vibra em cima da mesa de madeira rodeada de papéis rouba minha atenção por um instante. Penso em ignorar e continuar minha atenção no trabalho, mas acabo cedendo, felizmente, vejo que se trata de uma notificação de Angelina, e ao abrir meu sorriso pequeno se torna grande. É uma foto dela em seu quarto usando um macacão jeans em meio alguns jornais no chão que usa para proteger o piso da tinta que escorre da parede, ela está pintando de alguma cor como bege. O sorriso no rosto dela e os olhos fechados com os ombros encolhidos me trazem paz por notar que ela está feliz.

Depois de tudo que aconteceu, eu soube que, mesmo que tenhamos decidido ficar juntos, ela precisava de espaço, e estou dando isso a ela. Achei que seria bem mais torturante do que está sendo realmente.

[...]

Trocar café por álcool é um hábito um pouco chato que ando criando durante a semana, e a este ponto depois de alguns vários copos, minha cabeça dói.

Atendo o celular rapidamente quando vejo a melhor opção de desviar os olhos do computador que parece estar com a luminosidade de uma lâmpada.

— Alô?

— Ryan!

— Ah, oi mamãe. - Rio nasalmente. — Já terminou o cruzeiro? Como está?

— Eu estou muito bem, graças a Deus. A viagem pelo oceano foi incrível embora eu tenha passado os primeiros dias muito enjoada, mas foi tudo muito lindo. Eu estou em Paris agora, e antes que me pergunte, sem previsão para voltar para irlanda.

— Não se preocupe, não tem muito o que fazer aqui, precisa aproveitar, viajar.

Desde a morte de meu pai, minha mãe não parou mais na Irlanda por tanto tempo, as lembranças devem ser tortuosas mesmo que felizes. Distrair a mente e viver a vida da melhor forma é com certeza a melhor maneira de esperar até que se possa voltar a estar ao lado do amor da sua vida...

— E você, meu filho? Me diga como está. Já superou toda a situação com Angelina?

Limpo a garganta. É um assunto que ainda não me via falando com ela.

— Eu e ela estamos juntos, mãe. - A ligação fica em silêncio por tempo suficiente para que eu confira a tela para ver se não caiu.

— Mas ela não estava casada? Bom, eu não sou a mais indicada para falar disso porque...- rio balançando a cabeça, porque Sra Maira se casou cinco vezes. — Mas pelo que sei, lá não existe divórcio.

— Posso te dizer que Angelina é um caso muito único e especial para tudo, porque com ela vai haver divórcio, até então, pelo que parece, sem julgamento ou morte.

Não digo isso com segurança, devemos sempre estar preparados para o pior, ainda mais vindo do Petrov. Ele é um garoto mimado, não posso acreditar com segurança que vai lidar bem com a derrota.

— E ela largou tudo por você? - Pergunta desconfiada.

— Sim, já não havia mais escolha, eu me descontrolei com Alessandro e atirei nele, ele queria me matar e Angelina impediu, disse que me amava. - resumo.

— Oh Meu Deus...e agora estão juntos.

— Sim, mas por esses dias um pouco afastados, ela precisa de espaço porque aquele relacionamento, mesmo que rápido, foi muito forte para ela, e deixou muitas sequelas das quais ela tem que se curar, e mesmo que eu queira muito estar ao lado dela e ajudar, tem curas que só a solitude pode trazer.

— Ah, claro que sim. - Concorda. — Ryan....- começa com a voz receosa, carregada de preocupação.

— Barry. - corrijo para provocar.

— Que seja! - Aposto que ela revirou os olhos agora, depois de jogar uma mão para o ar com um suspiro. —Barry Ryan O'conell, tome muito cuidado. Está menina é muito perigosa...

— Não se preocupe, mãe. - É engraçado como ela fala de Angelina como se ela fosse alguém que me envenenaria enquanto sorri e serve chá.

— Me preocupo sim, eu conheço moças como Angelina porque fui uma delas, indecisa, volátil e pulando de casamento em casamento, sabe que só parei no seu pai e tudo porque ele foi o amor da minha vida e o único capaz de acalmar meu coração e ter todo para ele, e ela só vai parar quando achar este homem que será o mesmo para ela. Eu não duvido que este homem possa ser você, mas correr o risco é uma ameaça para o seus sentimentos, você é muito estável, maduro, precisa de uma mulher decidida e segura do que quer. Eu a adoro com todo coração, sabe disso...mas não significa que seja a mulher certa para você.

— É um risco, mãe. Sabe que eu amo Angelina há algum tempo, e saber que ela me corresponde de alguma forma é o que preciso para apostar tudo e saber se isto dará certo, e se não der, tudo bem. Confesso que já estou satisfeito em saber que por influência minha, a tirei daquela situação mesmo que a força e que agora ela está em casa, livre e feliz. Se for para ela ser minha, tudo bem...e se não for, que ela seja livre. Não estamos completamente comprometidos, estamos tentando.

— Tudo bem, se é o que diz...- faz um som com a garganta. — Também acho que enquanto não viverem o que sentem, isso não terá um ponto final, nem para o bem e nem para o mal. Apenas se cuide, e mande um beijo para ela.

— Irei mandar, mãe. Obrigado pelo apoio...- cinquenta por cento do agradecimento é ironia e cinquenta por cento verdadeiro.

— Sem gracinhas, Ryan. Eu te amo...agora tenho que ir, o motorista está me esperando.

— Até mais, mãe. Se cuide...se precisar me ligue.

— Te digo o mesmo, sabe que você é minha vida e tudo que me restou, só quero que seja feliz. - diz enquanto eu Assinto.

Ao desligar a chamada, me movo na cadeira, suspirando forte pelo nariz enquanto meus dedos apertam a ponta da caneta fazendo um barulho de "click" repetitivo.

Angelina....

DARK : THE FINAL POSSESSION  Onde histórias criam vida. Descubra agora