CAPÍTULO 53

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ANGELINA

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ANGELINA

Meu pai e eu acompanhamos sua saída com o olhar até que ela suma de vista.

— Escute, Angelina. - meu pai chama minha atenção de volta para ele.

— Grande parte da minha vida eu passei longe do meu país, aprisionado na porra da Rússia com um cargo que eu não deveria exercer, privado do meu sobrenome e de ser quem eu era. E quando cheguei aqui com a sua mãe, eu jurei a mim mesmo que isso jamais aconteceria com você, você jamais seria prisioneira de ninguém, nem privada do seu sobrenome e muito menos de ser quem você era. Eu sempre soube que Alessandro era a maior ameaça a este meu objetivo, e ninguém me escutou, acharam que ele poderia ficar sob controle mas não ficou! E você foi tirada daqui, substituiu seu sobrenome por Petrov e substituiu quem você é para fingir que poderia ser o que esperavam de você, foi uma prisioneira. Todos os dias aqui eu me perguntava se isso não estava acontecendo...e felizmente ou infelizmente, eu não tinha certeza, porque se eu soubesse o que você estava passando, teria ido lá matar o Petrov.

Abaixo a cabeça, tentando segurar as lágrimas que ameaçam vir.

— Você foi sim muito protegida, muito mimada e colocada em um pedestal, e era exatamente isso que eu queria. Era para você ter tudo que eu e sua mão não tivemos e isso jamais é algo para se envergonhar. Sua mãe passou parte da vida em um orfanato e nunca teve uma família de verdade com pai, mãe, irmãos. Eu vi muito novo minha família ser massacrada em uma chacina. Que outra vida poderíamos querer dar a nossa filha se não uma de puro mimo e zelo? Para mim você ser confusa é uma sorte porque isso significa que tem opções, coisa que nem eu e nem ela tivemos, nossa única opção era sobreviver. E você cresceu na máfia, mas sabe que nossa máfia Embora seja pequena, é poderosa e sempre evitamos conflitos. Queríamos uma vida em paz, aqui você tem direitos, tem voz, como não tem na Salazar, aqui você tem tudo que precisa para não se fechar em uma névoa onde precisa ser fria, calculista e inescrupulosa a todo momento. Aqui temos princípios diferentes dos dele, somos homens e mulheres muito diferente deles.

— Pai...- deixo a lagrima cair.

— Seja você, Angelina. Seja confusa, instável, seja livre e feliz, seja apenas você mesma. Sim, ser tudo isso é de você mas o tempo muda tudo, mais cedo para alguns do que para outros, e aparentemente você vai levar mais tempo para criar raízes, e tudo bem. Eu odeio ver que tentam fazer sua cabeça, dizer o que você tem que ser ou fazer...você é você, você não sou eu ou a sua mãe, felizmente.

— Ser o que sou decepcionou a mamãe, magoou o Alessandro, colocou nossa vida em risco...

Ele balança a cabeça com uma risada nasal de negação.

— Não. Alessandro sabia como você era desde sempre, o capricho dele era maior do que a vontade de te enxergar de verdade. Ele sabia que você não estava pronta para nada daquilo, não estava pronta para ser dele e nem de ninguém. Admito que foi um gesto muito imprudente ter se entregado a ele, mais isso não o da direito de ter feito o que fez, de se aproveitar disso. Ele tem muita responsabilidade em para onde isto caminhou. E sobre sua mãe, ela foi dura com você, eu sempre a avisei que não era para deixar você perto daquele garoto, eu queria ter evitado, me deixei levar por ela, e fui muito contra a tudo que ela te disse no casamento, eu sequer queria entregar sua mão para ele, mas você insistiu tanto...era a sua escolha, mesmo que houvesse muita manipulação por trás, e se era sua escolha eu não poderia impedir.

Minha mão trêmula fica coberta pela dele.

— Mas ela só queria o seu bem, ela queria que você fosse forte porque teve que ser assim a vida toda e sabia que em algum momento você também precisaria, em contrapartida, minha intenção era de te proteger de tudo que tinha a ver com a Rússia para que você pudesse viver em paz aqui. Mas às coisas não saíram nem como ela, e nem como eu planejei. Em parte isso culpa nossa, a vida não é tão previsível quanto achávamos e não havia só duas vias.

— Eu vou conversar com ela, e faça isso também. Eu não a culpo pelo que aconteceu, só fico muito triste com a dureza com a qual fui tratada durante aquele momento de fragilidade.

— As vezes precisamos ser tratados duramente na fragilidade, e as vezes só precisamos ser acolhidos, ela só errou o momento mais tinha boas intenções. Agora está aqui, vamos cuidar de você, te dar suporte e espaço. Mas...- limpa a garganta novamente, me olhando nos olhos. — E os seus relacionamentos?...

— Meus relacionamentos? - rio levemente.

— Barry, Alessandro...

— Quanto ao Alessandro, como disse, ainda o amo, mas acabou. Agora só tenho que me proteger e torcer para que ele não tente uma vingança contra nós, eu o envergonhei, sujei a imagem dele e da salazar.

— Nada que ele não merecesse, e eles já estavam sujos há muito tempo. Mas não se preocupe com nada, vamos estar preparados, podem destruir tudo isso se quiserem desde que deixem minha filha em paz. É o mais importante. Dinheiro, poder e influência se recupera, já recuperamos uma vez, posso fazer de novo. Só não posso te perder, darei minha vida por isso.

Beija minha mão e eu a dele de volta.

— E sobre o Barry....nós temos um combinado.

— Só não me diga que está pensando em se casar de novo.

Rio.

— Não, nós vamos deixar as coisas acontecerem. Não vamos colocar um rótulo no que temos e nem nos apressar, vamos viver o que adiamos tanto e conhecer mais a fundo este sentimento, e quando entendermos, vamos agir sobre isso. - dou de ombros.

— Parece tranquila.

— Com isso, eu realmente estou. Barry é alguém que eu confio, que sei que estou segura e que posso ser eu mesma.

— Se ele não te respeitar, já sabe que não viverá muito tempo.

— Ele me respeita muito, você sabe.

— Que assim continue. - diz com a feição meio contrariada mas também Feliz. — O que me tranquiliza é que ele é um homem maduro, vai saber lidar com a consequência disso, dando certo ou não. E vai entender limites.

— Pode deixar, papai. Eu vou aprender a me defender...eu não sou forte física e talvez nem emocionalmente, mas pelo que eu vi...posso machucar muito, sei quebrar alguns corações. - digo de bom humor mas com o olhar triste, voltando a pensar em como Alessandro está.

— Você é realmente filha da Morgana, mais da Morgana do que da Laura. - ri também e eu me levanto, indo atrás de sua cadeira para o abraçar, passando os braços envolta de seu pescoço ao descansar a cabeça em seu ombro.



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