ANGELINA PETROV
Paro na porta do quarto, ouvindo uma voz feminina vindo da parte de dentro, mas precisamente do closet.
— Quer que eu passe sua camisa?...parece um pouco amassada.
Noto que é de Kiara, uma das empregadas. Ela está falando com Alessandro? Me apresso em entrar em silêncio, parando na porta do closet quando vejo ela com o dedo em seu peito sob o bolso da camisa que ele ainda está abotoando, deixando visível boa parte de seu peitoral.
— É só um pouquinho...bem aqui. - diz pressionando o dedo.
— O que está fazendo no meu quarto com meu marido? - Pergunto em alto e bom som, fazendo ela se virar com um susto e dar de cara com minha expressão de desaprovação.
— Estava apenas limpando, senhora. - responde sem jeito mas não se afasta de Alessandro. — E aproveitei para me oferecer para passar a camisa do senhor Petrov. Não parece um pouco amassada para Senhora?
— Não, não parece. - cruzo os braços entrando no closet. — Não toque no meu marido ou se ofereça para fazer nada que ele não pediu. - o encaro. — Ou pediu?
— É claro que não pedi. Eu nem falo com os empregados... Todos eles sabem suas funções e ninguém quer me ouvir falar duas vezes. - a olha com desdem.
Mas será que é desdém mesmo? Ou ele está fingindo? Será que não estava a olhando com cobiça quando eu não estava por perto e os dois estavam sozinhos em nosso quarto? Será que ele não estava completamente vestido quando ela chegou?
— Saia...depois resolvemos isso. Essa foi a última vez que entrou no meu quarto e ficou sozinha com meu marido. - digo a acompanhando com o olhar enquanto ela passa por mim.
— Perdão, Senhora. Vou voltar aos meu afazeres. - Se apressa em sair de nossa vista.
Fico o encarando quando estamos sozinhos, em silêncio.
— O que foi? Realmente estou amassado? - Pergunta olhando para camisa.
— Não...não está. - ando até parar a sua frente. — Por que deixou ela demorar tanto aqui? Você estava se vestindo...
— Amor, eu disse pra ela sair. Estava a ponto de colocar ela pra fora quando você chegou. -
— Que coincidência ser logo quando eu estava prestes a chegar. Isso já aconteceu antes? Ela já se aproximou de você?
— O que? Não! Eu nem sei quem é ela... Eu nunca olho para os empregados. - Revira os olhos.
Está me pondo de louca?...
— Não revire os olhos para mim, não me olhe como se eu estivesse sendo louca. O que iria fazer se entrasse no quarto e eu estivesse com um segurança no closet enquanto me visto?
Imediatamente sua expressão se torna seria, e seu corpo rígido só de imaginar.
— Ok. O que quer que eu faça? Quer eu a demita? Quer que eu mate ela?
— Não...- digo suavemente mas meu olhar continua ardente. — Deixe como está, eu resolvo isso.
— Faça o que quiser... Só não fique brava comigo. Me desculpe. - se aproxima, envolvendo os braços em meu corpo e aproxima seus lábios dos meus.
— Você é meu. - Digo possessivamente entre beijos.
— Todo seu. - me coloca na bancada do closet para aprofundar os toques.
[...]
Ao passar pela cozinha vejo Kiara limpando o chão, ela parece raivosa ao executar a tarefa, e meu olhar passa por todo o corpo dela. Ela é um pouco mais alta que eu, talvez cinco centímetros, seus cabelos são castanho escuro até a altura dos seios e estão presos em um rabo de cabelo, a pele branca, olhos verdes e um corpo esguio, deve ter cerca de vinte e cinco anos. E muito...muito atrevida...
Paro na pia, olhando lentamente pela bancada extensa da mesma e paro em um objeto em específico, e o som de eu tocando a ponta do faqueiro chama a atenção dela para mim, a assustando.
— Senhora Petrov! - Arregala os olhos.
— Preciso conversar com você, Kiara.
— Sim, senhora. - limpa as mãos no uniforme.
— Hoje mais cedo vi você no closet com meu marido. - a lembro. — E mesmo que não tenha tido um aviso, você como deve ter ao menos alguma experiência na profissão...senão não haveria sido contratada, deve saber que jamais se deve ficar num cômodo tão íntimo com o patrão, sozinha...
— Eu estava apenas tentando agilizar o trabalho...e não queria deixar o quarto dos senhores sujo porque é um dos cômodos mais importantes da casa, se não o mais.
— Acredite que eu não teria pressa se isso significa ficar longe do meu marido. Mas o pior, não foi ter ficado sozinha com ele...foi ter tocado nele...- dou alguns passos lentos em sua direção, ambas entre o espaço da ilha da cozinha e a pia. — Por que pensou que podia tocar no meu marido, Kiara? - Arranco a maior faca do suporte e seus olhos dobram de tamanho no rosto enquanto ela recua.
— Não foi com más intenções...estava apenas apontando um amassado na roupa do senhor Petrov.
— Nos sabemos que não havia nenhum amassado, estava apenas lá tentando arrumar uma oportunidade de deitar na minha cama com o meu homem...mas não se preocupe. - em um golpe rápido e sorrateiro eu enfio a faca no peito dela, cravando fundo e antes que ela caia no chão, puxo de volta, fazendo espirrar sangue em meu rosto e minha roupa.
— Agora pode passar a eternidade deitada. - solto a faca ao abrir os dedos, fazendo ela cair contra o chão depois de rodopiar no piso.
Sinto um olhar queimar minhas costas e quando me viro vejo outra empregada, desta vez mais velha e não me lembro como ela se chama. Ela está com o olhar cheio de pavor pelo sangue espirrado em meu rosto mas quando se aproxima boquiaberta para conferir se estou bem, seu olhar para no chão, no corpo duro e ensanguentado de Kiara. Ela solta um grito estridente e leva a mão a boca.
— Mandem limpar isso, e nenhuma palavra sobre com o meu marido. - Aviso passando por cima do corpo a caminho da saída da cozinha.
Nunca mais haverá ninguém entre mim e Alessandro...ele é meu.
E não me importa que o Barry ou as meninas digam que enlouqueci, que estou insana e perdida, eu estou no lugar certo, ao lado do homem certo...eu o amo e vou sacrificar tudo por ele. Ninguém pode me entender...ninguém que não vive nosso amor pode entender a complexidade e intensidade disso, mas eu sei...ele sabe, e é o suficiente.
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DARK : THE FINAL POSSESSION
HumorDISPONÍVEL NA LERA E BUENOVELA A queda de Alessandro Petrov ocorreu quando o belo anjo de cabelos acobreados assim como a auréola sobre sua cabeça, apareceu na porta de seu escritório. Os olhos grandes cor de ambar brilhantes implorando por algo qu...