CAPÍTULO 72

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ANGELINA

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ANGELINA

Quando ela vem até mim eu automaticamente fico com frio na barriga. No rosto dela só existe surpresa, não aparenta existir ódio e isso me traz um alívio momentâneo que pode ir embora rápido.

- Angelina...eu realmente não te esperava por aqui. - Abre os braços e eu me apresso em abraça-la. Eu amo lana, amo de verdade e só dela estar disposta a me receber e me abraçar, já me sinto tranquila. - Acho que temos muito o que conversar, não é? - pergunta serena quando nos separamos e eu faço que sim. - Vamos tomar um chá... enquanto eu tenho tempo, daqui a pouco Alissa acorda e se eu não estiver por perto ela vai chorar. - sorri e eu também.

- Parabéns pelo bebê, você parece estar muito feliz e imagino que meu padrinho também. -

- Desde sua Alessandro nasceu, eu não havia visto Alexander tão encantado e bem humorado.

- Eu imagino, um bebê sempre traz muita alegria

- Às vezes depois de um surto...como foi com Alessandro, mas não discordo de você. - ela estende a mão para mim que sorrio sem mostrar os dentes quando aceito, sendo guiada para a sala de jantar.

[...]

Quando termino de falar tudo, contando pela vigésima vez para alguém a mesma história que me dói da mesma maneira, ela continua com a cabeça apoiada nas mãos, dando um suspiro pesado antes de se recostar nas costas da cadeira.

- É mais complexo do que eu imaginei. - tira o guardanapo do colo. - Alessandro havia me contado algumas coisas, dos erros que cometeu, como se arrependia...mas você sabe, ele me contou da própria forma, homens não são detalhistas e na hora de falar dos sentimentos é menos profundo, e os Petrov tem uma grande dificuldade em se abrir.

- O que dificulta é como o machuca ainda mais descrever a dor que sente.

- Sim, e eu fico feliz que tenha me contado a história toda. Eu não gosto de me intrometer e evitei ao máximo durante todo o tempo, mas depois que você se foi daquela forma tão mal explicada e meu filho ficou da forma que ainda está, se fez muito necessário com que eu soubesse o máximo possível do que ouve entre vocês se eu quisesse ajudar, dar um conselho decente.

- Espero que me perdoe...

- Angelina, eu não tenho pelo quê te perdoar, está relação é de vocês e vocês não me devem satisfação. - me olha compreensiva. - É óbvio que durante todo este tempo eu tive momentos de muita raiva sobre seus atos, assim como tive dos atos dele com você porque te machucou, e eu nunca iria querer ver vocês machucados. Só que... meu filho estava arrasado e não sabe para uma mãe como isso nos fere, mas eu sempre lembrei a mim mesma que não era sua culpa, não só sua e não só dele. E isso era entre vocês, e eu como mãe...como adulta, só poderia aconselhar e apoiar, desejar que tudo ficasse bem. Eu me importo com você Angelina, e eu sinto muito mesmo por tudo que meu filho fez e por como isso mexeu com sua cabeça, por como te traumatizou...você sabe que eu não o criei para isso, para ser um homem assim. No final, como eu já sabia, ele só aprenderia com os erros...ele e você. Agora entendo seus motivos, seu ponto de vista...e não cabe a mim julgar porque eu passei por muitas coisas que só eu sou capaz de entender, e não existe ninguém no mundo que possa dizer o que eu deveria ter feito, sentido, tem dores que só são nossas e não estão abertas a opiniões.

DARK : THE FINAL POSSESSION  Onde histórias criam vida. Descubra agora