Trégua

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Luiza.

Respirei aliviada sentindo lágrimas brotar em meus olhos , e quando eu forcei pra ver quem estava por trás daquela moto, eu nunca pensei que sentiria alívio em ver ela.

Valentina surgiu por trás daqueles faróis , e foi impossível conter minhas lágrimas , eu estava morrendo de medo e minha primeira reação foi me jogar em direção a ela e abraçar forte como se eu quisesse que ela me passe uma segurança que naquele momento eu não tinha.

E pelo jeito ela estava tão surpresa quanto eu , pois se mostrou receosa em relação a retribuir ou não o contato, mais longo pude sentir suas mãos firmes envolver minha cintura. E um arrepio correr pela espinha da coluna , lágrimas escorriam pelo meu rosto molhando sua jaqueta brega , respirei fundo tentando me acalmar e foi impossível ignorar o cheiro maravilhoso que exalava dela , uma fragrância amadeirada.

Pude notar por cima dos ombros da Valentina que o homem não se intimidou com a chegada dela , continuou ali observando tudo com um sorriso irônico e desdém , e mais uma vez senti o medo tomar conta das minhas veias , meu coração batia rápido dentro do meu peito , e creio que a Valentina percebeu pois apertou mais meu corpo de encontrou ao dela e correu com suas mãos na minhas costas tentando mostrar que estávamos juntas nessa e que tudo ficaria bem , pelo menos foi esse sentimento que ela me passou.

Senti ela me soltar aos poucos , mais eu tentei mais uma vez a abraçar , eu me sentia segura nos braços dela por incrível que pareça. Foi esse sentimento que ela me passou a minutos atrás , quando apertou firme a minha cintura e logo senti suas mãos procurando as minhas e segurando firmemente, minhas mãos aquela altura do campeonato estavam frias e tremendo em níveis absurdos, ousei encarar aquela imensidão verde e pude notar o medo ali também , eu não era a única com medo ali , ela também estava, estava exposto nos seus olhos.

— Luiza olha pra mim , o que está acontecendo ? — senti suas mãos que antes seguravam as minhas , irem de encontro com meu rosto segurando firme pra que eu a olhasse nos olhos , Valentina passou a limpar minhas lágrimas que desciam sem controle.

abri os meus lábios tremendo pelo choro tentando formular algo mais o homem bebado do carro se antecipou.

— Quem é você , essa é pergunta aqui ? Não estava vendo que estávamos tendo um encontro ? — o homem riu em direção a Valentina.

Pude ver o ódio crescendo pelos olhos da Valentina e por alguns minutos cogitei que ela fosse voar no pescoço dele , e graças a Deus ela não fez.

— Cala boca idiota não perguntei nada pra você. — Valentina aumentou o tom na direção do homem o fuzilando com os olhos que estavam escuro feito esmeralda , sua pupila dilatada se juntando a escuridão dos olhos que pelo que pude analisar por breve segundos mudava a coloração conforme seu humor ,e ele mais um vez caiu na gargalhada.

— Eu não sei quem é ele Valentina.. e .. e .. eu estava aqui esperando meu ônibus pra ir pra casa já que Duda foi embora com o seu irmão e.. — soltei um soluço que havia se formado na minha garganta caindo em lágrimas novamente, não conseguia segurar eu estava muito nervosa.

Vi Valentina se aproximar de mim , tão perto que pude sentir sua respiração chocando com a minha , um cheiro de menta vinha do seus lábios , fechei meus olhos tentando ignorar esse detalhe é essa aproximação , mais uma vez sua mãos macias feito algodão seguraram firmes as minhas na intenção de passar tranquilidade, quem diria que em algum dia eu estaria passando uma situação caótica como essa é ainda ao lado da Valentina.

Infinitas chances para amar - Valu Onde histórias criam vida. Descubra agora