Viagem parte 1

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Luiza.

Fim de tarde de uma terça-feira e já sinto o cansaço batendo em minha porta e pra piorar ainda tenho que chegar em casa e correr pro ponto pra pegar o ônibus da faculdade.  Minha vontade de comparecer hoje é zero mais infelizmente não tenho esse privilégio de poder  faltar, e ainda tenho alguns itens pra por na mala pra viajar amanhã cedo.

Não estou muito animada pra essa viagem , embora ir pro Rio de Janeiro sempre foi um sonho , eu nunca sai de São Paulo pra nada , então era pra eu estar animada mais não consigo achar a animação.
Viagem pra estudar , aguentar Valentina enfim são vários fatores que estão se juntando pra me desmotivar.

Desci do ônibus e caminhei rapidamente pra casa , e pelo silêncio creio que estou só.  Mais assim que adentrei meu quarto percebi que estava errada , Carol estava sentada de frente a penteadeira passando seu perfume.

— Um caminhão te atropelou ? —  Carol me analisando rindo. — você está horrível.

— um caminhão , um trator.. enfim , estou morta de cansaço perdi as contas de quantas aulas dei hoje. — bufei jogando minhas coisas sobre a cama já tirando minhas roupas.

— você sabe que não precisa de matar tanto assim né ? — Carol se virou me olhando. — já arrumei um emprego , mamãe também , então você não precisa dessa carga toda mais.

Ela estava certa , eu sabia que deveria diminuir mais nem era tanto mais por eles , eu amava a dança mesmo , me fazia bem.

— sei , mais eu gosto sabe ? — sorri amarelo pra ela ao ver seu descontentamento. — mais vou dar um diminuída.  Embora a dança pra mim seja terapia.

— eu vejo o quanto te faz bem , e diminuir um pouco não vai te fazer mal Luiza , mal está fazendo toda essas aulas que você vêm pegando sem necessidade , ou você diminui ou eu comento com a mamãe , agora vai tomar banho e se arrumar que hoje eu vou com você pra faculdade.  — piscou pra mim saindo do quarto.

Carol não estava errada , mais nada nessa vida me tira mais do sério do que essa história de querer controlar a minha vida , eu sei meus limites e até quando meu corpo aguenta.

Não estou exausta em si só pelas aulas em excesso e sim , pela demora em pegar no sono essa noite as palavras de Duda ontem me tiraram o sono , passei metade da madrugada refletindo e ligando os pontos , talvez Duda não esteja errada.

No dia que em Valentina me ajudou , eu pude enxergar uma Valentina diferente , uma Valentina protetora , cuidadosa e amorosa, uma vez versão que eu jamais jurei que existia.  E talvez eu só não pude conhecer essa versão dela , por que nunca dei abertura e ela sempre dificultou tudo.

Lembro - me de ter proposto uma trégua naquela noite em que ela dormiu aqui , e pensei que tudo estava bem entre nós , até ontem ela me tratar daquela forma tão grosseira , será que realmente ela estava com ciúmes ? Mais mesmo que estivesse nada lhe dá o direito de sair tratando mal as pessoas a volta dela , principalmente pessoas que nem estão cinte do que se passa.

Terminei meu banho em meio a todas essas reflexões e já desço pra encontrar Carol que me esperava deitada no sofá. O caminho pra faculdade foi tranquilo , pra nossa sorte o ônibus estava quase vazio , o que era de se estranhar pelo horário.

Hoje a Duda não veio comigo , ela havia me mandado um mensagem avisando que iria da casa do Igor , o que vêm se tornado muito comum , bendita hora que essa garota começou a namorar , perdi minha amiga e companheira de todas as horas.

Assim que passamos pelo portão da entrada , avistamos Igor , Duda , e Roger sentados a mesa.
E pra minha sorte ou não , Valentina não estava por ali , o que é estranho pois ela sempre senta conosco , ela nunca deixar passar a oportunidade de tirar minha paz , mais hoje ela não está , pelo jeito está atrasada , o que não é estranho também já que ela é irresponsável, pra ter certeza olho pra todos os lados e nos grupos que ela sempre está no meio e não a vejo.

Infinitas chances para amar - Valu Onde histórias criam vida. Descubra agora