Capítulo 38: O Senhor da Guerra

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Vizard, ainda na sua forma original viu o homem encapuzado bater com uma pedra na cabeça do Assassino. Eles acabaram de lutar juntos, e o homem traiu o garoto? Se não fosse por ele com certeza os quatro Kayryaks o teriam vencido. Porém, antes do rapaz atingir o chão, um anjo pegou-o. Vizard reconheceu o anjo. Era o mesmo anjo que o selou na Primeira Guerra Celestial.

– Lael. – Gritou em fúria.

O anjo arregalou os olhos em reconhecimento. O Filho atacou sem piedade, porém o encapuzado movimentou-se, jogando pedras em Vizard, a fim de pará-lo. Contudo, a raiva e ódio que surgiram ao ver o anjo ampliaram seus poderes e ele conseguiu desviá-las com facilidade. Mas ainda chegou um pouco atrasado. O anjo havia sumido junto com o garoto.

Vizard rugiu de ódio e frustração.

Agora, era apenas o Heartless contra mais de trinta mil Filhos do Abismo. Porém nenhum dos outros Filhos se mexeu. Eles estavam assistindo ao espetáculo. Um Kayryak havia voltado a sua forma original e mantinha o poder da alma dentro dele. Eles queriam saber onde isso ia dar e como poderiam eles mesmos fazer isso.

– Desista. Você está sozinho. Não tem chance contra todos nós.

– Eu não estou sozinho.

Então vindos do céu, seis homens pousaram em volta do encapuzado, escudando-o. Todos vestidos da mesma forma. Um deles passou o braço em volta de Aws e disparou para céu, como uma bala – Vizard conhecia o termo devido às memórias de Caleb. E então, disparou várias vezes na horizontal no céu. Seu voo é diferente do voo de Kifo, Vizard pensou, parece que ele está sendo empurrado diversas vezes.

Vizard olhou para os cinco homens restantes. Será mesmo que eles acreditavam que poderiam derrotar trinta mil Filhos? Ataquem, disse na memória coletiva.

Centenas de Filhos correram em direção a eles. Cada Filho moldando seu poder do Abismo na arma que melhor lhe servia.

Os cinco abriram os braços esticados, quase encostando as pontas dos dedos. Simultaneamente, eles bateram as mãos, criando uma ventania impressionante e fortíssima, quase como uma parede. Forte o bastante para parar a corrida de todos os Filhos, que levaram os braços aos olhos devido à poeira que o vento levantou.

Quando a poeira baixou, os encapuzados não estavam mais ali. Vizard rugiu de frustração, como um leão ruge quando uma presa escapa. Foi apenas então que notou seu cansaço, ele nunca se sentira cansado. Afinal, os Filhos do Abismo não se cansavam ao lutar, pois foram criados para isso. Quando notou, estava novamente na forma de Caleb.

Isso é culpa minha, o humano disse em sua mente, nós, os humanos, temos um limite.

As conversas não paravam na memória coletiva. Todos comentavam da vitória sobre Roma, mas que, ao mesmo tempo, era uma derrota, pois Aquele Que Lembra, Leonard, havia fugido com a espada. Vizard também era um dos assuntos, já que ele, de alguma forma, voltara a sua forma original ao mesmo tempo em que possuía a alma, deixando-o ainda mais poderoso. De todos os Filhos do Abismo, ele agora era o mais poderoso.

Kifo veio voando para a Praça de São Pedro, onde os Filhos estavam reunidos em volta de Vizard, perguntando-lhe como conseguira.

– Saudações, irmãos! – Ele exclamou assim que seus pés tocaram o chão. – Tivemos uma brilhante vitória hoje!

– Vitória? Nosso objetivo não era conquistarmos esta cidade, e sim destruir a espada. – Vizard retrucou. – Nós, sim, fomos derrotados. E eu não mais o sigo.

Todos os outros Filhos que estavam em Roma disseram o mesmo, porém acrescentaram uma frase: nós agora seguimos ao Kayryak Vizard, o Leão. Todos eles se prostraram de joelhos diante dele.

– Você não possui mais poder aqui, Filho da Morte.

Antes mesmo que ele pudesse fazer algo, Kifo estava com a ponta de sua espada no pescoço de Vizard.

– Você sabe que não pode me matar. Nem a nenhum de nós.

– Não intento matá-lo, irmão. Apenas mandá-lo de volta para casa.

– Você carrega o Fogo Celestial, a arma de nossos inimigos? Isso é uma desonra para todos de nossa espécie! Você não merece ser chamado de Filho.

– Cuidado com as palavras. Sou eu que empunho a espada.

Num único movimento, algum outro Kayryak na multidão levantou uma pedra grande do chão, e a lançou batendo-a no punho de Kifo, ao mesmo tempo em que uma bola de água vinda de algum Louryak envolveu o pescoço de Vizard, protegendo-o da lâmina. Os Filhos estavam voltando-se contra o Filho da Morte, que alçou voo, percebendo sua desvantagem, mas antes de desaparecer no céu ele se virou para o outro e bradou:

– Vocês pagarão por essa traição! Principalmente você, Vizard.

Os Filhos gritaram em triunfo. Irmãos, Vizard disse na memória coletiva, desejam mesmo que eu assuma o comando sobre vocês?

Você é o mais forte dos Kayryaks e dos Filhos, alguém disse.

Tens o direito de assumir uma posição como Senhor de Guerra, outro afirmou.

Você nos liderará para a vitória contra os anjos.

Todos bradaram de comemoração em uníssono. E, aqueles que haviam se levantado para ajudá-lo, se ajoelharam novamente. Todos juntos, recitaram na língua materna dos Filhos o seguinte juramento:

Nós, os Filhos do Abismo, sob o direito de liberdade que possuímos,

escolhemos a ti, Vizard, o Leão, como nosso general.

Tu és eleito nosso Senhor de Guerra.

***

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Boa leitura e até quarta que vem!

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