45 - Conversa de mães

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A campainha tocou e Nicole abre a porta e vê que é Vanessa quem está lá.

N: Boa tarde, em que posso ajudar.

Van: Boa tarde. Você é a Nicole Raver?

N: Isso mesmo.

Van: Me chamo Vanessa e minha filha estuda com seu filho no colégio. Acho que a Hillary deve ter falado contigo sobre os nossos filhos.

N: Sim, ela falou. Desculpe pelo seu comportamento, mas o meu filho nada disse na escola o porquê agiu assim. Nem sabendo que receberia um possível castigo. Mas entre. Aceita uma água, um café.

Van: Não obrigada. Bom, após a decisão do colégio, eu não iria intervir no veredicto da Hillary, e já que ambos não estariam na mesma classe, achei que a chateação da minha filha iria passar. Contudo, quando falei pra ela sobre a decisão tomada pelo colégio, ela continuou tristinha e chorando muito. Ela não quer que o Scott mude de classe, ela queria entender a atitude do seu filho, pois desde o primeiro dia, eles sempre foram amigos, ela sempre falou muito bem dele e ele até a defendeu nessa semana de dois colegas maiores e do nada ele é rude e fala que não pode mais ser seu amigo. Ela só quer saber o porquê. Então, eu tomei a liberdade de tentar entender o que está acontecendo. Pois ela tem infantilismo e reparei que essa separação está começando a afetá-la.

N: Bom, ele não disse nada. Mesmo sendo pressionado pela Hillary, mesmo com o castigo de mudar de sala e não ter mais seus amigos próximos, mesmo assim ele não falou. Nem sozinho comigo ele quis dizer, mesmo eu tirando coisas que ele gosta.

Van: Seu filho já havia agido desse jeito.

N: Assim, não. Ele se sentiu desconfortável no outro colégio, foi injustiçado, brigou com alguns colegas, mas nunca teve um comportamento desse, principalmente com os amigos. Essa semana ele está estranho. Mais quieto, preocupado. Parece que ele está com medo de algo. Hoje não me deixou sair de casa e teve pesadelos que nunca vi ter, não nessa intensidade.

Van: Poderia chama-lo, por gentileza.

N: Claro. Essa história está muito estranha.

Van: Concordo com você. Ninguém do nada, resolve olhar pra alguém e falar que não gosta dessa pessoa, sendo que no dia anterior eram unha e carne.

N: Luci, por favor, pode pedir pro Scott descer.

Lucia sobe e pouco tempo depois Scott desce.

S: Oi mamãe. Voxe mi chamo. Aida ta baba co Cott. - seus olhos e nariz estão vermelhos. (Oi mamãe. Você me chamou. Ainda está brava com o Scott)

N: Oi filho. Senta aqui. Essa é a Vanessa, mãe da sua amiguinha Liz. Estamos tentando entender como duas pessoas que eram inseparáveis até ontem, do nada, não querem se ver hoje. Você resolveu que não queria mais ser amigo dela, chamando-a de chata e bobona. Isso faria sentido se vocês tivessem brigados ou alguma coisa do tipo, mas nem isso ocorreu. E sei que você está escondendo algo. Você está diferente a semana inteira. Você nunca fez isso com nenhum dos seus amigos, por que isso agora?

Van: Scott fala pra gente o que está acontecendo. Sei que você e a Liz estão sofrendo com isso. Nós podemos ajudar.

S: "Cott não pode falar a verdade. Mamães vão sofrer e a culpa será do Cott."

S: Pute Cott é ninino luim i num melece a Liz di miguinha. - fala com a cabeça baixa e já com os olhos molhados. (Porque Scott é um menino ruim e não merece a Liz como amiguinha)

N: Meu amor, vem aqui. - Scott salta do sofá e caminha até a mãe.

N: Você não é um menino ruim e nem malvado. E uma coisa que você nunca soube fazer, é mentir. Agora nos fale a verdade. Por que você tratou mal a Liz se ela sempre foi sua amiga desde que entrou no colégio e você sempre falou muito bem dela. Você nem se importou com os castigos dados.

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