Espantalho

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Em minhas conjecturas sobre a morte
de conversas vãs ditas da boca pra fora
marasmos embriagados
pela falta de diálogos
os sonhos amontoados no canto de um cômodo abandonado e empoeirado

me diga
o que é esta vida,
se não a invenção de uma?
levada ao fundo do estrago, o vazio instalado,
o mesmo que indestrutível
imutável 
veja o que sobrou,
o que sobrou?

não poderias desvendar o indiscernível,
como poderias você?
conhecer o desconhecido
e não ser apenas mais um a desejar a queda do precipício
como poderias ser?
diferente, como poderias ser a solução
aqui jaz então o esperado
o óbvio, o que foi programado para fazer
em nada me surpreende, nada mais me espanta

estás sempre a ser e viver condenado como um espantalho.

As Luas de JúpiterOnde histórias criam vida. Descubra agora