Que tédio desse corpo.
Que preguiça dessa vida.
Que morte desses honorários.
Que chatice dessa gente.
Que mesmice a desses prédios.
Que letargia dormir cinco horas por noite, virar para a esquerda rolar para direita, levantar sem coragem, comer sem vontade, se vestir sem personalidade, trânsito e as buzinas da cidade, de novo sentar mecanicidade, exercer por mais de doze horas a mesma atividade, trabalhar por necessidade
a falta de fé e vitalidade que o tempo e o mundo vão roubando de mim por vaidade
humanidade encaixotada em caixotes de madeira
empilhados e massacrados na valeta da pobreza
sem dignidade, sem liberdade, sem vida, sem natureza.
O mundo está cada vez mais rígido e os cochichos cada vez mais compreendidos, enquanto o raciocínio se perde por centímetros
que em segundos são metros quilométricos
onde estaciona e governa polaridades geográficas
de uma mundial estafa globalizada.
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As Luas de Júpiter
PoetryAs Luas de Júpiter é uma obra autoral com mesclas cronistas e características da poesia. Construída sob uma narrativa abjeto, um experimento literário de dar corpo e identidade para a subjetividade de um lugar, um sentir, uma inspiração que nominei...