Segunda comunista

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Não levantem antes do sol
Não desçam os morros e as ladeiras
Não sirvam, não vendam, não comprem
Fechem as portas de suas casas
E abram as janelas das suas almas
Não olhem para o mundo,
observem e questionem esse mundo.
Se reúnam entre si e façam festa
Batuquem e manifestem as suas insatisfações
Exponencialize os seus gritos, as suas lutas, as suas injúrias!
Somem as suas forças e multipliquem-se
Tornem as suas gotas de suor juntas um oceano
Mergulhem para dentro desse sabor salgado
Onde pagamos tão caro e morremos tão cedo.
Provoquem um tsunami dentro desse aquário social
Nós somos as pilastras desse sistema desumano operante
Provoquemos terremotos, tremor, incômodo, agito, desconforto, confrontos
Para que tudo venha abaixo
E façamos dessa estrutura-classista colonial escombros
Que sejamos as sombras que assombrem os castelos elitistas-imperialistas
E que em uma primavera anarquista a gente colha de volta para as nossas mãos, as nossas terras.
Sem rosas, mas sim com cravos em nossos punhos cerrados
Enterremos esses invernos fascistas-capitalistas sob covas de pedras concretas
E a crueza dessas miseráveis guerras
Se resultem na liberdade e independência das nossas vidas.
Levantem de suas camas numa manhã de segunda
Com o sol nascente
que também nasçamos para a revolução
E que essa destrua o controle dos homens através da nossa desobediência civil e insubordinação
Que construa um novo mundo
esse agora humano, justo, livre e à favor da vida e de todos os seres vivos
Que a força da vida prevaleça acima de qualquer ganância e ideologia nociva
Ergam-se!
Avante à luta!
Avante à liberdade!
Avante à quebra das correntes!
Avante.

As Luas de JúpiterOnde histórias criam vida. Descubra agora