Eu tenho pensado demais e isso me assusta
me gela a espinha dorsal pensar nos lugares que isso pode me levar
minha mente é uma caverna inabitável de pouco aceso de uma quase escassa luminosidade suas docas são profundas de origem incerta e inconsciente
eu já caí algumas vezes nela
de todas essas quedas carrego as marcas que me deixaram e ainda convivo com todas as suas sequelas
não confio em mim cem por cento,
existe algo aqui dentro...
que espera pelo meu pior momento, que anseia e que torce para que eu fracasse e retorne aos velhos hábitos e aos nocivos disfarces, pelas minhas recaídas, de vidas fugindo e refutando a vida.Eu tenho pensado demais e isso me apavora
pois há um medo, um medo que me devora de cair e ficar no mesmo ponto daquela mesma velha história
sinto o gosto em minhas mãos e relembro do cheiro em minhas memórias, às vezes agradeço pelo poder do esquecimento, conseguir esquecer de certas situações às vezes é uma vitória
e lembro-me disso todas as vezes que me sinto derrotada e aí penso que não,
não dessa vez
não tem como ser uma derrota, pois afinal eu escolhi estar viva e não morta.
levantar dia após dia da cama e
escolher viver dia após dia, para mim é a minha maior conquista e vitória
eu tenho pensado demais e isso me assusta e me apavora
mas não mais me assola.
não por hoje e não dessa vez.
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As Luas de Júpiter
PoesiaAs Luas de Júpiter é uma obra autoral com mesclas cronistas e características da poesia. Construída sob uma narrativa abjeto, um experimento literário de dar corpo e identidade para a subjetividade de um lugar, um sentir, uma inspiração que nominei...