Onde estão agora os olhos curiosos
e aquele par de óculos
que você me deu numa noite embaçada
de céu nublado
lentes de contato seus olhos redondos esbugalhados
me olhavam penetrantes visto o grau relevante
as estrelas cadentes e os meteoros brilhantes
caindo diante de nós
e nós: dois apaixonados caídos de amor
vigílias noturnas em busca da próxima aventura
com um tanto de graça e ternura
você uma constelação inteira
completamente atraída e vidrada em você
aviões não são tão legais de perto
prefiro os discos voadores
e a ideia de voar sem o corpo e sim com a alma
beijar as estrelas e dançar com os outros planetas
me dê sua mão
vamos juntos dançar no clarão de um cometa
não preciso dos meus olhos
eu já tenho os seus
olhe para mim, me invada, me penetre
beije os meus lábios com a certeza de que nós nunca estivemos separados
como se o ar fosse batom
vermelho cereja tinha o gosto de nós
em copos gelados de cerveja
em noites acordadas de sextas-feiras
um pouco de nós
em cada parte e cada pedaço da natureza
com toda beleza e com toda insensatez
de uma vida medida por talvez
onde estão os olhos curiosos?
lhe questionei;
e um vazio constante foi tudo o que escutei.
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As Luas de Júpiter
PoetryAs Luas de Júpiter é uma obra autoral com mesclas cronistas e características da poesia. Construída sob uma narrativa abjeto, um experimento literário de dar corpo e identidade para a subjetividade de um lugar, um sentir, uma inspiração que nominei...