Para ver melhor as coisas
Para nomear todos os meus sentidos sem sentido
Para abraçar os meus mortos e beijar as feridas dos meus lobos
Para tatear as loucuras internas em minhas entranhas
Para ser íntima e analista de todas as minha sombras
Te escrevi palavras e inventei siginificados
Para te descrever o corpo e te avivar a alma
Trazer para mais perto os seus setecentos e oito milhões de distância
Te fazer caber na palma de minha mão e se acomodar dentro do meu coração
Para ser a tua estrela, também fracassada
Te inventar uma língua e um idioma
Para traduzir suas ânsias e suas tristezas
Para falar a tua língua que à tanto tempo me entende e me compreende
Meus sentimentos são um tanto brutais e eu também os sou
Suas luas amantes que me observam caladas
Fazem de mim palavras fiéis afloradas afiadas e adúlteras
Me derramam em fantasias e hémeras alegorias
Dessas razões desconhecidas sobre poesia
Quanto mais te escrevo mais me conheço
Devoro as vogais e todas as consoantes
Me alimento das palavras e recebo delas todos os nutrientes que preciso
Para manter-me conciso
Para manter-me vivo
Porque através delas existo
Resisto e posso existir-me.
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As Luas de Júpiter
PoesíaAs Luas de Júpiter é uma obra autoral com mesclas cronistas e características da poesia. Construída sob uma narrativa abjeto, um experimento literário de dar corpo e identidade para a subjetividade de um lugar, um sentir, uma inspiração que nominei...