A noite estava estrelada,
a lua cheia e prateadaEu trazia em meu peito uma adaga cravada,
e minha maquiagem à aquela altura estava toda borradaO efeito do álcool em meu sangue surtia e já passava das três,
minhas pernas cambaleantes denunciava embriaguezMeus cabelos umedecidos pelo suor do
corpo,
minha pele quente como fogoVocê chegou como sol invadindo meus olhos,
e nossos olhos que já não estavam mais tão sóbrios se enlaçaram como nóMe convidou para dança,
aceitei mesmo estando com minhas pernas bambasEnvolveu minhas mãos e minha cintura em seus braços,
e num compasso de segundos estávamos fora
do espaçoNa pista era apenas eu e você,
me fez tua mesmo sem saberNão me lembro qual era a música que tocava,
apenas do seu toque e da tua voz mansa que causava em mim arrepiosVocê me fez dançar a noite inteira,
e dançaria por uma vida inteira
em teus braços, de junto dos teus passos
ao teu ladoFez meu vestido rodopiar e meu mundo girar,
em torno do teu solMas a noite logo acabou,
e a lua prateada partiu
quando os primeiros raios do sol nasceu
e o dia amanheceu
o sol brilhou baixinho, acanhado
pois,
teu par já não poderia mais brilhar ao teu ladoTodas as nossas danças ficarão eternizadas nas noites estreladas de verão
de lua cheia prateada
quando quiser me encontrar procure por mim pelos astros.
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As Luas de Júpiter
PoetryAs Luas de Júpiter é uma obra autoral com mesclas cronistas e características da poesia. Construída sob uma narrativa abjeto, um experimento literário de dar corpo e identidade para a subjetividade de um lugar, um sentir, uma inspiração que nominei...