Decrescente

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O quê você quer de mim?
O quê ainda deseja levar, não vê que já não há mais nada que possa arrancar de mim.

Sou um anexo vago, um endereço inválido, um número inativado, um buraco vazado, um pensamento inacabado, um puerpério eternizado.

Não vê que morri e que não resta mais nada de mim.

Por que ainda insiste em aparecer por aqui com suas condolências e reticências frívolas, você está buscando encontrar água no deserto, um desperdício de tempo. um desperdício de sentimentos.

Não há vontade nem razão que me faça recalibrar a harmonia do meu coração, não há mais som, não há mais notas, não há mais melodias, não há mais sinfonias.

Tudo agora é um silêncio absoluto. ausente. permanente. latente.

Numa infinita e contínua frequência evasiva que vibram e pulsam em uma espiral decrescente que me levam pouco a pouco à me decompor emocionalmente.

As Luas de JúpiterOnde histórias criam vida. Descubra agora