Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
ﮩ٨ـﮩﮩ٨ـ♡ﮩ٨ـﮩﮩ٨ـ
Eu passava o algodão com soro fisiológico em cima do corte, limpando ao redor e ouvindo resmungos de Kate, coloquei um curativo por cima e me afastei pra guardar o kit de primeiros socorros.
A garota apareceu na porta do meu apartamento às duas da manhã com alguns cortes no rosto, não era a primeira vez que acontecia, mas sempre que eu perguntava o que tinha acontecido ela desviava de assunto.
Apesar de eu já ter uma noção do que ela estava fazendo. Um vigilante de arco e flecha apareceu na cidade a algumas semanas, justo quando Kate saiu da faculdade e aconteceu todo o incidente com a mãe da garota.
Eu tentava a todo custo da apoio a ela, a Bishop é minha melhor amiga e eu faria qualquer coisa por ela, mas isso tá me cansando, o silêncio dela tá me cansando.
A Bishop foi tomar banho enquanto eu terminava de limpar o quarto, não demorou muito pra ela sair, quando isso aconteceu pedi a morena pra sentar na cama, a gente precisava conversar.
— Você tá brava comigo? - a voz dela saiu baixa e com uma fungada, seus olhos vermelhos indicavam que ela queria chorar, eu tratei de segurar suas mãos e nega com a cabeça, fazendo ela suspirar em alívio.
— Eu só quero saber o que tá acontecendo, K - ela desviou o olhar, abaixando a cabeça - escuta, eu sei que tudo que você passou é muito, mas eu tô aqui, você sabe, né? - a Bishop balançou a cabeça, respirando fundo.
Katherine era uma das pessoas mais fechadas que eu conhecia, quando você conhece ela a primeira impressão com certeza não é essa, seu falatório ou gestos exagerados, até mesmo sua presença era de alguém expressivo.
E eu amo isso nela, mas o fato de que quando se trata dos próprios sentimentos ela é uma porta com sete segredos, é um pouco torturante.
Seis anos de amizade e foram poucas as vezes que ela realmente se abriu pra mim, e isso me preocupa, principalmente com a carga emocional que ela anda carregando ultimamente.
— Eu sou o vigilante que todos estão falando.
— Isso eu sei - a garota me olhou incrédula, me fazendo ri e puxa ela pra um abraço - acha que eu não reconheço minha garota? Além do mais, você não é tão discreta aparecendo aqui todas as noites, querida.
— Não são todas as noites - resmungou com a voz abafada, enterrando o rosto no meu pescoço.
Nós nos deitamos na cama, enquanto eu fazia um cafuné em seus cabelos, esperando ela começar a falar.
— Minha mãe ligou ontem, queria que eu fosse visitar ela - o seu aperto no meu corpo aumentou, e eu tratei de acariciar a pele do seu braço, tentando fazer ela relaxa, o assunto era muito delicado - eu não sei se consigo ir.
— Você não precisa ir.
Bishop levantou o rosto, se afastando do abraço, mas ainda perto o suficiente.
— Uma hora eu tenho que enfrentar isso.
— E você vai, mas tá tudo muito recente, você ainda tem tempo.
Ela voltou a deitar nos meus braços, com a cabeça no meu peito, eu acariciei sua bochecha tirando uma mecha de cabelo do seu rosto.
— Obrigada por sempre estar comigo.
— É meu trabalho como sua melhor amiga, não? - essas palavras sempre saiam da minha boca com um gosto amargo, eu sabia que esse era meu lugar, e eu gosto dele, mas amaria ainda mais se fosse outra posição.
— Mia - sua voz me tirou dos meus pensamentos torturante.
Quando olhei pra ela a mesma levantou a cabeça de uma vez, fazendo nossos lábios se encostarem de maneira rápida. Eu iria pedir desculpas quando ela segurou meu rosto e juntou nossas bocas de uma vez, soltando um suspiro em seguida.
Eu continuei de olhos fechados quando o contato foi quebrado, não queria abrir os olhos e descobri que tinha sido algum devaneio meu.
— Abre os olhos, amor - obedeci ela com pouco relutante, Kate tinha um mínimo sorriso no rosto e as bochechas um pouco coradas - não quero você só como melhor amiga, entende?
Balancei a cabeça em concordância, ainda um pouco catatônica pelo o que aconteceu a instantes atrás.
Kate percebendo meu estado deixou um sorriso convencido aparecer nos lábios, mordendo o inferior antes de se aproximar de novo.
— Muito bom ver deixei a grande Mia Hill sem palavras.
