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O corpo de Regina pressionava o meu entre ela e a parede, apertando minha cintura e arranhando por baixo da minha blusa, sua língua invadia minha boca e explorava cada canto, dominando o beijo agressivo dela.
Com a falta de ar eu afastei ela, abaixando minha cabeça enquanto minha respiração voltava ao normal.
— Eu não quero mais ver você conversando com ele, entendeu? - a loira afundou ainda mais seus dedos na minha cintura, e eu balancei a cabeça com pressa, concordando com ela - ótimo, vejo você mais tarde - ela me deu mais um selinho antes de sair do pequeno espaço onde estávamos.
Me deixando pra trás suspirando em frustração.
Minha situação com a loira era complicada, a gente não namorava, ela nunca me pediu e eu tenho medo de pedi e ser rejeitada, além de ela não gostar de ser vista comigo, não que isso não faça sentido, ela é toda popular enquanto eu sou só a irmã mais nova de uma das suas melhores amigas, sou quase a sombra da minha irmã, ninguém me conhece pelo meu nome ou algo assim, é sempre "a irmã da Karen".
É um merda.
E fica ainda pior coisas do tipo que acabou de acontecer, acontecem.
Regina ficava com raiva quando alguém se aproximava de mim, mas também não fazia nada pra evitar isso, já que ela só ficava vendo de longe com um olhar mortal.
Saindo de dentro do armário — ironicamente — do zelador, o sinal que indicava o início da primeira aula tocou, e eu fui correndo até meu armário pegar meu material, chegando logo atrás da professora que me lançou um olhar mortal por quase ter chegado atrasada.
A aula tinha sido um tédio, a professora dava a matéria sem vontade alguma, então a maioria da sala estava dormindo, quando o sinal bateu anunciando a mudança de aula eu rapidamente levantei e sair, passando pelo corredor movimentada pra ir até o armário e pegar o livro pra aula de química, acontece que quando eu me virei pra voltar pra sala vi Regina aos sorrisos com um cara do time de futebol.
Eu sabia o que aquilo podia significar, mas diferente da loira eu sei que não temos nada e não poderia simplesmente tirar satisfação com ela, então só abaixei a cabeça e passei por eles indo em direção a minha aula.
O restante do dia foi uma merda, na hora do intervalo o mesmo cara estava sentado com ela e as outras garotas, me deixando meio pra baixo pra continuar o dia.
Até mesmo no treino meu treinador chamou minha atenção várias vezes, me deixando mais frustrada e com raiva.
Quando saí da escola em direção ao meu carro olhei pro celular pela primeira vez no dia, me deparando com muitas mensagens da Regina, nelas a garota perguntava onde eu estava ou porque eu não lhe respondia, e eu resolvi que minha cabeça estava muito quente pra responder ela agora, então deixei pra lá, jogando o celular em qualquer canto do carro e dando partida no automóvel.
Achei melhor não voltar pra casa agora, levando em consideração que as garotas sempre vão pra lá depois da aula, então passei a tarde e o começo da noite rodando pela cidade.
Passei pela porta de casa já a noite, escutando o som de uma música e uma conversa alta o suficiente pra fazer todo mundo da rua ouvir. Subir as escadas pra ir pro meu quarto, e passando pela porta de Karen era possível ver que as amigas dela ainda está sem alí, e isso inclui a Regina.
Resolvendo ignora totalmente que essa parte da minha vida existia eu só voltei a andar pro meu quarto, me jogando na cama assim que pisei no cômodo, meu corpo parecia mais cansado que o normal, além da minha cabeça latejando — coloquei a culpa disso na música alta e brega que elas escutavam.
Tomei um banho rápido e troquei de roupa, verificando o horário e vendo que estava cedo demais pra dormir, mas que se foda também, tem nada pra fazer. Com a cabeça já no travesseiro e os olhos fechados alguém resolveu abrir a porta do meu quarto, ligando a luz e atrapalhando na minha falha tentativa de adormecer.
— Karen, eu juro que se vinher encher meu saco que conta pra mamãe e pro papai o que você fez no natal passado - ameacei, mantendo meus olhos fechados, tendo a plena certeza que era minha irmã.
Mas não era, e eu descobri isso quando a pessoa deitou por cima de mim, abraçando minha cintura, o cheiro desse perfume era inconfundível pra mim, pena que era o último que eu queria sentir essa noite.
— Regina, as meninas podem desconfiar se você continuar aqui - murmurei, tentando me afastar dela, mas a garota só apertou mais os braços em minha volta.
— Você me ignorou o dia todo, eu estou com saudade - falou com a voz abafada no meu pescoço - o que aconteceu, hein? - ela levantou o rosto, deixando ele acima do meu, com uma de suas mãos fazendo o carinho na minha bochecha.
Me afastei do seu toque, tirando ela de cima de mim, e levantei da cama indo até a porta e vendo se não tinha ninguém no corredor, voltando pra dentro do quarto e trancando a porta antes de ficar em pé de frente pra loira.
— O que a gente é, Regina?
Ela ia responder, mas parece ter desistido no caminho, suspirando e abaixando a cabeça.
— Eu vi você com aquele cara hoje de manhã e na hora do almoço - comecei falando, observando bem a garota e sua reação - eu sei que não temos nada, mas não posso evitar me sentir incomodada, não quero parecer louca em te pedi satisfação sobre isso, porque sei que não tenho o direito, mas por favor, me diz o que a gente realmente é.
A loira levantou da cama, passando a mão sobre o cabelo e me olhando com pena, com um sorriso convencido no rosto.
— É como você disse, não somos nada - ela deu de ombros, como se esse assunto não lhe afetasse de forma alguma, e talvez não afete.
— Então é melhor a gente parar com isso - rebati, presenciando a feição dela quase que surpresa, mas não por muito tempo.
— Como quiser, não é como se você fosse a única opção - respondeu por fim, passando por mim e batendo no meu ombro antes de sair do meu quarto.
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Eita atrás de eita, hoje eu estou com uma imensa vontade de escrever só coisa triste, então vou poupar vocês disso.
