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Acho que todo mundo já teve algum professor que de algum jeito era Crush da maioria das alunas — ou alunos —, eu nunca tinha passado por isso até chegar na faculdade.
Meu segundo semestre em Licenciatura de história e uma das minhas professoras era linda, mas linda tipo wow, ela é linda só tipo "quero casar com ela", provavelmente minha turma toda pensava isso.
Antes das aulas dava sempre pra ouvir os garotos falando dela, algumas meninas se comparando ou até mesmo falando sobre seus crush's nela, e eu não julgo, também tô nesse meio, a diferença é que eu sei ser discreta — e porque a chance de ela me notar é mínima.
Sou o tipo de aluna mediana, sou apenas o suficiente pra passar de ano, em toda minha vida escola nenhum professor me elogiou ou lembrou do meu nome, e eu realmente não me incomodo com isso.
A aula da Carson só tinha mais cinco minutos quando ela liberou a classe, mas a mulher chamou minha atenção quando eu iria sair pela porta, quando fui até a sua mesa, a morena deixou o último aluno sair antes de se virar pra mim, com um sorriso no rosto.
— Algum problema, senhorita Carson? - eu não faço ideia de como minha voz saiu tão firme, minhas mãos tremiam de ansiedade e minha garganta estava ficando seca.
— Sim e não - sua afirmativa me deixou confusa, a mulher abriu sua bolsa, tirando de lá uma pasta e estendendo pra mim - seu último trabalho sobre o a Revolução cubana me surpreendeu, sem falar da sua escrita, é incrível.
Peguei a pasta da sua mão, abrindo e tirando os papéis que tinham dentro, me sentindo envergonhada diante do elogio dela, levantei o olhar até a morena, encontrando ela com um sorriso no rosto, a mulher se aproximou mais de mim, uma distância menor do que a esperada.
— Err.... Obrigada, isso é surpreendente - sussurrei, abaixando a cabeça e fingindo olhar os folhas em minhas mãos.
— Por que surpreendente? Você é uma ótima aluna, já tinha reparado em você antes, sempre tão na sua - sua voz baixa e suave rondou minha cabeça, sentindo a Carson mais próxima.
Quando levantei meu olhar o seu se cruzou com o meu, uma das suas mãos afastou uma mecha do meu cabelo.
Minha respiração já estava ficando desregulada, e eu tenho certeza que ela notou, já descendo a mão pelo meu braço, me fazendo arrepiar.
— Vai acontecer uma olimpíada de história aqui no campus próximo mês, fiquei responsável de montar uma equipe, gostaria de saber se tem interesse em participar - não sei se era coisa da minha cabeça, mas sua voz saiu de maneira provocativa, eu não confiava na minha voz pra responder a sua pergunta, então só balancei a cabeça, esperando que ela entendesse o recado - ótimo, me encontre amanhã na minha sala, temos que esclarecer algumas coisas.
Depois de eu concordar mais uma vez com a cabeça, ela se afastou, e eu respirei aliviada, saindo da sala de forma automática.
Não sei se vou estar viva pra encontrar essa mulher amanhã.
