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ﮩ٨ـﮩﮩ٨ـ♡ﮩ٨ـﮩﮩ٨ـ
Uma garoa fina cobria os céus da cidade, o clima frio dava uma sensação de preguiça em qualquer um, incluindo minha esposa e eu, no entanto eu me dedicava a terminar a letra de uma música que havia sido iniciado na noite passada, Bruna aproveitou o momento pra deitar no sofá junto ao roteiro do seu novo projeto.
A letra da música já estava quase pronta, mas eu precisava combinar algumas coisas como os acordes antes mesmo de finalizar a letra, e com esse intuito comecei a dedilhar as cordas do violão, atrás de algo que encaixe com a letra ainda inacabada.
Mais algumas tentativas frustradas e eu soltei um suspiro, deixando o instrumento de lado junto ao meu caderno de composição.
— Tudo bem, amor? - a brasileira perguntou, já deixando o roteiro de lado.
— Um bloqueio criativo, nada demais - ela murmurou algo que não pude ouvir, mas logo levantou do sofá e foi em direção a cozinha, me deixando confusa.
Acabei seguindo o exemplo dela e também foi pra cozinha, encontrando a brasileira pegando algumas coisas dentro da geladeira, me apoiei na bancada afim de tentar adivinhar o que ela estava fazendo, e assim que ela colocou leite condensado dentro da panela eu soube o que tinha por vim. Nós ficamos em silêncio enquanto ela misturava os ingredientes ainda fora do fogão, mas na hora que ela transferiu a panela pro fogo me aproximei dela, abraçando sua cintura e colocando a cabeça no seu ombro.
— Brigadeiro? - a morena não resistiu em rir quando pronunciei a palavra com o sotaque puxado - não é pra rir, é difícil pronunciar.
— Desculpa, amor, as vezes eu esqueço disso - mas ela continuou rindo.
A brasileira me ensinava português desde que nos conhecemos, a mais ou menos cinco anos, e apesar de eu ser quase fluente na língua ainda existia algumas palavras difíceis de se falar, e minha mulher se divertia muito quando eu errava elas.
O doce não demorou em ficar pronto, mas ele ainda precisava ir na geladeira pra ficar melhor de se comer, aproveitamos esse tempinho pra simplesmente ficarmos aconchegadas uma na outra no sofá. Bruna brincava distraidamente com a corrente do meu cordão, eu mechia em algumas mechas do seu cabelo enquanto sentia sua respiração contra meu pescoço.
O som da chuva lá fora já não era tão presente, mas através da janela algmas gotas de água ainda estava contra o vidro, enquanto observo alguns pingos teimosos escorregam lentamente para baixo, eles deixavam um rastro borrado e ondulado, como se escrevem o caminho para os que ainda vem.
Então uma chave gira na minha cabeça, e eu pensei em levantar pra pegar o caderno e escrever o que eu estava imaginando, mas o corpo adormecido de Bruna em cima de mim não me dava essa opção, e eu não queria acordar ela pra isso, a morena parecia tão confortável e relaxada.
Abandonei a ideia de escrever algo no momento, talvez mais tarde eu faça isso, mas agora minha canção favorita era a mulher em meus braços.
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Que gay, adorei.
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