Capítulo 15

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Oiiieee 

post chegando quentinho, olha o carro do post passando na sua rua!!!

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Eu cresci em uma família onde o lado artístico, criativo e lúdico sempre foi incentivado. Por inúmeras vezes meu pai me colocava sentada ao seu lado enquanto ele tocava piano, eu adorava assistir os dedos dele correrem entre as teclas brancas e pretas, talvez por causa disso eu tenha aprendido tão rápido e tão nova a tocar piano. Sim, o piano foi meu primeiro instrumento, depois o violino e por último o violoncelo.

No meu aniversário de cinco anos, o feioso do meu irmão estava com catapora, por causa disso minha mãe achou melhor adiar a festa. Eu realmente estava muito ansiosa para aquela festa, falava dela há dias. Seria uma festa de Halloween, todos iriam fantasiados, minha mãe já havia encomendado os chocolates em forma de olho, orelha e dedos dilacerados, o jardim da casa de Hamptons iria virar um cemitério, com lápides e o gelo seco formaria uma falsa neblina. Seria assustador e eu tinha certeza que todas as crianças da escola ficariam morrendo de medo, mas é claro que o meu irmão adiou meu sonho por uma semana, porque minha mãe não queria causar um surto de catapora na escola. Fiquei arrasada durante dias, mas no dia do meu aniversário meus pais me acordaram com um bolo de chocolate e balões de gás roxos, pretos e outros em formato de fantasmas, aranhas e aboboras, e meu pai me deu um envelope, eram dois ingressos para o musical do Rei Leão. Foi uma noite de pai e filha, minha mãe ficou em casa cuidando do perebento do Pugsley. Eu escolhi meu melhor vestido, era de veludo preto, sapatos pretos envernizados, minha mãe fez meu penteado favorito, porque para mim aquela era uma ocasião especial. Era a primeira vez que eu iria a um musical, eu sempre via meus pais saindo de casa para ir a musicais, enquanto eu e meu irmão ficávamos com as babás, então na minha cabeça, eu era uma adulta, porque eu estava indo a um musical. Lembro perfeitamente da orquestra, do som alto nos instrumentos, em como faziam meu coração acelerar, acho que foi ali que eu me apaixonei pela música.

A minha empolgação e ansiedade de ir ao musical quando eu tinha cinco anos, nem de longe se compara com o desespero que eu estou sentindo prestes a ir a um show com Enid Sinclair. Estou há meia hora dentro do closet, de banho tomado, a toalha presa ao redor do meu corpo, avaliando minhas roupas e por algum motivo nenhuma parece adequada para essa ocasião. Respirei fundo e passei as mãos no rosto.

- Onde que eu fui me meter? Eu poderia ter simplesmente deixado isso quieto, ela já tinha aceitado que não iria ao show. Mas não, eu decidi que queria ser legal e agradar. Muito bem, Wednesday, você é burra pra caralho.

Escutei meu celular tocar no meu quarto e saí correndo, talvez fosse Enid contando que aconteceu um imprevisto na livraria e que não iria conseguir ir ao show. Mas assim que peguei o aparelho sobre a cama, a história criada em minha cabeça se desfez.

- Oi, mãe – falei um pouco ofegante ao atender.

- Meu amor, aconteceu alguma coisa no instituto sexta? – Minha mãe perguntou sem fazer cerimônia.

- Hum... preciso que a senhora seja mais específica.

- Cinco jovens já procuraram o instituto para ter aulas de música por causa dos seus alunos que falaram que a aula tinha sido super legal e que tinha uma nova professora. Que nova professora, Wednesday?

- Ah é isso, eu ia te contar, mas as coisas acabaram se atropelando. Mas posso contar amanhã? Eu posso passar na galeria a tarde e a gente conversa com calma.

- Está bem, mas o que eu faço com essas cinco crianças?

- Mãe, eu não tenho como receber cinco crianças nessa turma, provavelmente eles são iniciantes.

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora