Bônus

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Ainda tem gente aqui? 

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Acordei primeiro na segunda-feira, passamos o fim de semana em Hamptons na mansão dos meus pais, junto com meus avós, meu irmão, Bianca e minha bolinha favorita, a minha sobrinha Olympia, para comemorar o aniversário da Enid. Nós definimos uma data e a aliança no meu dedo me deixou eufórica. Ela era minha, eu era dela e nós poderíamos idealizar o nosso futuro juntas como qualquer outro casal, mas até o casamento que vai acontecer na próxima primavera, a vida precisava acontecer.

Terminei meu novo livro na sexta e encaminhei para a Bianca, mas para isso acontecer eu precisei contratar um professor substituto para ficar no meu lugar no instituto. Fui completamente contra isso, mas minha mãe e Enid me convenceram do contrário, acabamos contratando um professor muito bem recomendado, recomendei atenção máxima aos alunos e que aquela não era uma turma como as de escolas caras onde ele costumava frequentar. Depois de todas as recomendações sobre a particularidade de cada aluno, deixei o instituto durante três meses com medo de dar merda. E adivinha? Deu merda. Sexta-feira, eu e Enid fomos acordadas com um telefonema da minha mãe às cinco da manhã, com a notícia de que Eugene havia sido preso. Eugene? O meu Eugene?

Tento não fazer distinção entre meus alunos, mas Eugene... eu não sei explicar, tenho um certo nível de proteção sobre aquele pirralho desde o primeiro dia que ele pisou no instituto sem os dois dentes da frente aos seis anos de idade. Ele é talentoso e incrivelmente comunicativo, ou pelo menos costumava ser, sei que a vida dele como a vida de boa parte dos alunos daquele instituto, não é fácil, mas eu sei que ele pode ter um futuro brilhante pela frente.

Permaneci de olhos fechados, listando mentalmente tudo o que eu precisava fazer naquele dia, sentia a respiração quente dela em minha nuca, seu braço relaxado ao redor da minha cintura e seu corpo colado ao meu, nós duas nuas sob as cobertas pesadas. Eu adorava dormir abraçada a ela, tê-la em meus braços adormecida e tranquila, mas havia vezes que eu a permitia ser a concha maior, da mesma forma que permiti essa noite. Às vezes me dou o direito de ser a manhosa da relação, de pedir beijou e ficar abraçadinha, mesmo odiando abraços, mas o abraço de Enid Sinclair eu sou completamente apaixonada.

O celular de Enid tocou e eu xinguei o aparelho mentalmente, no segundo toque ela acordou, senti seu braço se distanciar do meu corpo e logo a música cessou. A mulher por quem eu era completamente apaixonada se esticou ao meu lado na cama, soltando um gemido baixo se despertando, e logo voltou a me abraçar. Tive esperança que ela talvez estivesse preguiçosa e me permitisse ficar na cama por mais alguns minutos, mas logo senti a ponta dos seus dedos afastarem o cabelo da minha nuca e seus lábios espalharem beijinhos na região.

- Baby - ela falou baixinho e deixou um beijo atrás da minha orelha me fazendo arrepiar - está na hora de acordar - ela falou baixinho com a voz rouca.

- Humrum... - resmunguei sem abrir os olhos.

Enid espalhava beijos molhados e demorados pela minha nuca, descendo para o ombro e a medida que isso acontecia os beijos passavam a se transformar em leves mordidas. A ponta dos seus dedos faziam carinho abaixo do meu umbigo e aquilo estava fazendo meu corpo todo arrepiar. Coloquei minha mão sobre a sua e intercalei meus dedos aos seus, puxando sua mão para baixo, fazendo Enid soltar um riso ao perceber o que eu queria.

Soltei sua mão e ela continuou escorregando até a minha intimidade, respirei fundo ao sentir seu toque que fez meu corpo todo arrepiar de uma forma prazerosa.

- É isso que você quer, amor? - A filha da puta da minha noiva falou com aquela voz baixa, arrastada e incrivelmente sexy.

- Cielo - gemi baixo sentindo meu corpo recém despertado totalmente em alerta.

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora