PÓS-BELLADONNA cap 1

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Olha quem chegou cedinho hj :D

Gente, esses capítulos que vou chamar de Pós-Belladonna, serão narrados em 3º pessoa, blz? Tanto tempo que não escrevo assim que até soou estranho pra mim kkkkk

bjs

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Há quilômetros de distância de Manhattan, mais especificamente em um hospital em Madison, capital de Wisconsin, familiares, amigos e funcionários do hospital se alinhavam lado a lado contra a parede do corredor que levava à ala de cirurgia. No início do corredor um leito apareceu, sendo empurrado por dois enfermeiros, era Hazel quem estava deitada ali, uma jovem de vinte e três anos que fazia sua caminhada de honra, e à medida que a cama de hospital passava, as pessoas curvavam suas cabeças em sinal de respeito e agradecimento em uma singela despedida, em um silêncio que só era quebrado pelo choro e soluços dos pais e de Haley, irmã gêmea de Hazel.

Hazel acordou há dois dias saudável, ela e a irmã decidiram passar o fim de semana na casa dos pais porque Bob, o cachorro da raça Beagle da família estava recém operado e elas queriam ajudar os pais com o animal. Ela tomou café com a irmã e os pais, Haley quis fazer uma torta de legumes para a irmã e assim talvez convencê-la a virar vegetariana, então as duas iriam ao supermercado, Hazel foi até seu quarto, calçou seus tênis, mas quando levantou da beira da cama, ela sentiu uma pontada forte na cabeça e tudo ficou preto. Haley ouviu o barulho e achou a irmã desmaiada no quarto, o médico anunciou que havia sido um derrame, o que deixou a família inconformada, Hazel era saudável, nova e ativa, não bebia, não fumava. Como assim um derrame? Hoje o médico decretou morte encefálica, mas foi Haley quem expôs a vontade da irmã, elas haviam tido essa conversa tempos atrás depois de assistirem Sete Vidas com Will Smith.

Fígado, pulmão, rins, pâncreas, córneas, pele, valvas cardíacas e coração, foi o que a equipe médica conseguiu. Todos eles cresceram juntos e trabalharam como amigos por vinte e três anos e agora iriam se separar, se tivessem sorte, seriam recebidos de braços abertos por corpos que não os rejeitariam. Médicos se espalharam ao sair do hospital com diferentes destinos, todos entraram em carros de polícia carregando maletas térmicas. Um desses médicos, um homem negro, alto e careca matinha a mão sobre sua maleta térmica como se fosse uma criança que precisava da ciência que o pai estava por perto para dormir tranquila. Ele olhou no relógio preso em seu pulso, nervoso, sua criança em questão era um coração que tinha a durabilidade de seis horas, e ainda iria ter que voar até Nova York, mas o que ele não sabia é que no aeroporto já aguardavam por ele.

- Atenção voo 6219 – uma voz feminina soou pelo rádio da cabine.

O piloto e o copiloto se entreolharam sem entender porque a torre estava chamando, se os passageiros ainda estavam entrando na aeronave.

- Voo 6219 na escuta – o piloto respondeu.

- Por favor aguardar, vamos receber um transplante para Nova York.

- Perfeito. Quanto tempo?

- Em vinte minutos mais ou menos.

O piloto chamou a comissária de bordo e informou para que ela pudesse manejar os passageiros.

- Vinte minutos? – O copiloto falou inconformado. – Por que não entregam para o voo da Delta, sai daqui uma hora.

- De Madson até Nova York são duas horas de voo, ou seja, quando ele chegar aqui, precisará esperar apenas duas horas até o seu destino, se ele voar com a Delta que sai daqui uma hora, ele irá acrescentar no seu tempo quarenta minutos – o piloto de cabelos brancos e anos de experiência explicou para o seu companheiro de trabalho – isso aqui é uma corrida contra o tempo.

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora