Capítulo 19

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Olha quem chegou com mais um post... Eu mesma :D

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Sabe Cielo, quer dizer, Sinclair, desculpa. Você não conheceu a galeria da minha mãe, você teria adorado, e ela teria adorado ter te apresentado cada canto daquele lugar. Ela te adora, você sabe disso, na verdade todos os Addams te adoram. Mas você ainda pode ir lá se quiser, minha mãe vai amar te receber. Eu não costumo visita-la no trabalho, não se preocupe, não corre o risco de nos esbarrarmos na entrada.

Entrei na Ophelia Gallery of Art, um prédio branco de três andares, com um ar moderno, com janelas e portas pretas, no coração de Manhattan, o lugar não tinha nenhuma arte exposta, um andaime no meio do salão principal me fazia entender que a equipe se preparava para uma nova exposição. Alguns funcionários passavam de um lado para o outro carregando alguns objetos, medindo paredes e testando iluminação.

- Com licença – falei com um rapaz com o uniforme preto da galeria que ajudava um outro a testar o jogo de luzes na parede branca – Sra. Addams, onde posso encontrá-la?

- No salão três. Você sabe onde fica? – Ele respondeu educadamente.

- Sei sim, obrigada.

Subi as escadas admirando aquela confusão. Minha mãe amava aquele lugar e sendo bem sincera me entristece saber que nem eu e nem meu irmão seguiremos seu legado nas artes plásticas. Andei até o salão três que ficava no primeiro andar e a encontrei conversando com Walker, um homem preto de pele retinta, alto e bem vestido.

- Acho que nessa parede fica melhor só o quadro maior – Minha mãe falava segurando um papel na mão, provavelmente era a imagem da obra a ser exposta.

- E se fosse a sequência de três quadros?

- Não – ela falou imediatamente, mas não de forma ríspida – eles são em aquarela, as obras em aquarelas vão ficar no salão do térreo perto da área externa. E esse maior é pintura a óleo, acho melhor ele ficar aqui. Por sinal, preciso que você veja a circulação de ar antes das obras chegarem.

- Pode deixar, Mortícia.

- Mãe? – Resolvi interromper seu diálogo profissional.

A mulher alta e sofisticada, de cabelos compridos, lisos e pretos, virou para trás e sorriu, um sorriso largo e elegante.

- Mi Belladonna – ela veio imediatamente até mim, com os braços esticados em minha direção, segurou meu rosto e deu um beijo estalado em cada lado do meu rosto – mi amor – minha mãe apertou meu corpo e eu lhe dei duas batidinhas nas costas – está tão linda, mi cariño – ela olhou para mim da cabeça aos pés e depois voltou a prender seu olhar em meu rosto – por que essa carinha, meu licorzinho?

Balancei a cabeça negativamente, não querendo responder sua pergunta.

- Walker – ela virou para trás para falar com o coordenador da galeria – eu vou resolver umas coisinhas do instituto com os meus filhos, você pode acompanhar a instalação das luzes?

- Claro, Mortícia – o homem alto olhou para mim e me cumprimentou com um aceno de cabeça antes de sair.

- Vamos para o meu escritório, meu amor, vamos esperar seu irmão lá.

Segui minha mãe pelo corredor do primeiro andar, até chegar em uma porta que isolava uma parte da galeria. Quando passamos por ela, outras salas ligadas a administração da Ophelia se revelaram. Fomos até a última porta com a plaquinha dourada na porta preta com a palavra direção gravada.

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora