Capítulo 49

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É isso, galera

Postei e corri

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Enid, me perdoa, por favor, me perdoa!

Eu estava ofegante quando cheguei à sala, não que o corredor fosse tão longo assim e me forçasse a correr uma maratona, mas fui surpreendida pela adrenalina extra que invadiu minha corrente sanguínea. Parei diante dela que me olhou confusa, mas achando graça da minha cara de pânico.

- O que houve? – Ela riu – viu um fantasma?

- Não, é que... – pensa rápido – eu pensei que tivesse acontecido algo com você, não esperava você em casa agora.

- Senhora Weems me dispensou – ela deu de ombros – ela disse que eu não precisava ficar até o final para fechar a loja.

- Conversou com ela? – Perguntei, enquanto assistia ela deixando a bolsa de tecido com as fases da lua sobre o sofá.

- Sim – ela retirou um envelope branco e me mostrou – acabou – ela sorriu com um ar triste – cinco anos.

- Sinto muito – me aproximei de Enid e fiz carinho em seu braço. – Como ela reagiu?

- Ela não queria que eu saísse, mas eu acabei contando... bom – ela limpou a garganta e baixou a cabeça – da minha decisão. – Seus olhos encheram de lágrimas, Sinclair voltou a olhar para mim e sorriu sem graça – foi difícil me despedir.

- Vem cá – puxei seus braços e os coloquei em volta da minha cintura, abracei seu corpo com força e ela escondeu o rosto no meu pescoço.

- Eu te amo – ela falou baixinho e deixou um beijo no meu pescoço.

- Eu também te amo, Cielo.

Afastei seu corpo do meu e olhei em seu rosto, coloquei uma mecha do seu cabelo com as pontas rosas desbotadas atrás da sua orelha e sorri. Ela era linda, mesmo com os olhos marejados e a pontinha do nariz vermelha ela ainda era linda.

- O que você acha de um banho de banheira para relaxar desse dia? – Propus.

- Acho uma ideia ótima – ela sorriu. – Mas antes – Enid virou de costas para mim e mexeu na bolsa sobre o sofá – eu passei por uma loja da Claire's e comprei uma coisinha para você.

- Para mim? – Perguntei enquanto ela mexia na bolsa – amor, não precisava ter comprado nada para mim.

- Mas eu quis – ela falou e virou para mim, esticando uma cartelinha roxa da loja de bijuterias, com uma correntinha prateada enrolada na embalagem e um pingente em forma de coração, pintado de lilás. – Não é nenhum relógio da Cartier, e nem é joia de verdade, mas é a minha cor favorita – ela falou quase como se pedisse desculpas pelo presente barato.

- Ele é perfeito – eu sorri e senti o nó na minha garganta apertar, mas eu não iria chorar. – Vem comigo, tenho uma coisa para você também.

Segurei sua mão e subi as escadas até o quarto, fui até o meu closet e abri a gaveta de joias. Peguei um colar fino de ouro branco, com um pequeno coração como pingente, cravejado de pedrinhas pretas de diamante. Voltei para o quarto e Enid estava sentada na ponta da cama depois de ter se livrado dos tênis.

- Aqui – peguei seu pulso com carinho e coloquei minha mão fechada sobre a sua, deixando a joia sobre sua palma. – Para você.

Enid olhou a joia delicada em sua mão e arqueou as sobrancelhas surpresa, e balançou a cabeça negativamente quase que em seguida.

- Não, de jeito nenhum.

- Enid, é seu – falei – se você não aceitar eu também não aceito o seu.

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora