Capítulo 50

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Bem vindos ao último capítulo de La Belladonna, mas calma é o LIVRO, não da fic, amanhã tem mais.

Vídeo meramente ilustrativo para imaginarem a apresentação das crianças kkk 

Bora parar com os planos de assassinato da minha pessoa? Cês tão me assustando, bande praga kkkkkkkk

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Enid, eu assumo toda e qualquer responsabilidade sobre os meus atos, mas por favor, eu imploro, me perdoa.

Tudo aconteceu muito rápido, ao mesmo tempo em que tudo parecia mover em câmera lenta, mesmo que isso soasse contraditório. Corri para o meu quarto e alcancei meu celular, liguei para o 911 enquanto descia as escadas de volta para o escritório, Enid não se mexia, continuava pálida e com as pontas dos dedos levemente arroxeadas. Escutei a sirene cortar a noite novaiorquina, como diversas outras faziam naquele mesmo instante, mas eu sabia qual era a finalidade daquela. Alguns segundos depois paramédicos invadiram o meu apartamento junto com o segurança do prédio, eles me arrancaram de perto dela e eu me desesperei.

- Calma – uma paramédica falava segurando em meus ombros – a gente vai cuidar dela. – Ela olhava em meus olhos e isso fez com que eu confiasse nela – pegue um agasalho e calce um sapato, você vai com a gente.

Obedeci como uma criança assustada. Corri até meu closet e peguei o primeiro sobretudo que vi e um par de tênis que calcei em pé mesmo, enquanto a equipe fazia os procedimentos médicos com Enid. Isso foi há muitas horas, ainda estava escuro lá fora, e desde que cheguei ao hospital estou na sala de espera, encolhida na cadeira no canto da sala de espera, me apoiando contra a parede. Era mais ou menos seis da manhã quando vi meu pai entrar no hospital, mas ele passou tão rápido que não olhou em direção a sala de espera, mas até agora eu não tive notícia nenhuma, estou completamente no escuro, não sei se ela está acordada, se ela precisou ser reanimada, ou se induziram o coma, se está intubada, ou seja lá qual cenário seu quadro clínico permita. Isso é tudo culpa minha.

- Wednesday – meu pai entrou pela porta de vai e vem com uma prancheta nas mãos. Seu maxilar estava travado e sua expressão era séria.

- Como ela está? – Dei um pulo da cadeira e fui em sua direção.

- Que merda aconteceu? – Ele estava irritado, falava entredentes e baixo, mesmo estando a sós comigo na sala de espera.

- A gente... – fechei meus olhos e passei a mão a testa – ela descobriu sobre Goody – meu pai franziu o cenho – ela era a próxima personagem de Goody.

- O que? – Seus olhos negros arregalaram ao ouvir minha confissão – você surtou? Como você faz isso com a... – Ele respirou fundo, interrompendo sua própria fala e fechou os olhos – eu falei que essa sua brincadeirinha com os seus amigos iria dar merda, desde o primeiro livro eu avisei isso. Olha o que você fez – ele apontava em direção a porta que ele havia passado. – Eu nunca me senti tão envergonhado e desapontado com você como estou me sentindo agora, Wednesday Addams.

Eu baixei a cabeça e me senti um verme, um parasita. Um peso gigantesco pairou em meus ombros e eu abracei meu próprio corpo, fechei meus olhos e comprimi os lábios. Eu também estava envergonhada e desapontada comigo mesma, pai.

- Eu vou mantê-la internada, em observação, vou monitorar os batimentos cardíacos, mas por enquanto ela vai ficar na UTI, pelo menos hoje, e amanhã vai ficar no quarto – ele falava sem olhar nos meus olhos, olhando anotações na prancheta. – Ela quer falar com você – Gomez Addams finalmente olhou novamente em meus olhos.

- Tá – concordei ficando nervosa – eu vou falar com ela, e depois eu vou em casa rapidinho, só pegar algumas roupas para ela e amanhã quando ela for para o quarto eu já fico aqui com ela e...

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora