La Belladonna (Wenclair)

Capítulo 40

Um post fofinho para encerrar o domingo :)

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Enid, eu sinto falta de acordar todos os dias ao seu lado.

Eu me sentia leve e feliz, genuinamente feliz, Enid disse que me amava, não que eu já não tivesse escutado isso dela, mas na ocasião ela achava que eu estava dormindo, mas agora era diferente, ela falou para mim, ela respondeu o meu "eu te amo" com um "eu te amo" também. Me sinto eufórica, animada de uma forma que eu nunca me senti nem quando eu tinha quinze anos. Talvez eu devesse lidar com isso de uma forma mais madura e talvez mais apática, mas eu não consigo, simplesmente porque a mulher que eu amo disse que me ama também, e eu sinto que ganhei na loteria.

A pipoqueira elétrica começava a expulsar as pipocas para dentro da tigela que eu havia deixado na bancada junto à máquina, quando escutei um estrondo, seguido de xingamentos de Enid.

- Ai, mas que merda de porta.

- Amor? – Chamei da cozinha – está tudo bem?

- Está – ela respondeu e logo apareceu na cozinha com a mão na testa – dei de cara na porta do escritório. Por que ela está trancada? Domingo ela estava aberta, até entrei para pegar alguns papéis para montar o que você falaria na reunião.

- Ah sim, surgiu uma infiltração – menti – e eu precisei fechar, vão precisar lixar e emassar uma parte do teto para depois pintar. Vai ficar fechado por algumas semanas para não espalhar poeira, mas provavelmente a equipe vai fazer isso quando você estiver na livraria – dei de ombros, tentando agir o mais natural possível.

- Hum... entendi. Estranho, não lembro de ter visto nenhuma infiltração quando entrei.

- É, surgiu de um dia para o outro – dei de ombros, mexendo na tigela de pipoca que já estava quase cheia – provavelmente tenha sido alguma coisa do banheiro do andar de cima, eles vão verificar amanhã. – Olhei para Sinclair e sorri.

- Ah sim – ela se apoiou no balcão, esticou o braço e roubou uma pipoca da tigela.

- O que você queria do escritório?

- Queria ver se o seu carregador estava por lá, não vi no quarto e eu estou precisando carregar meu celular – ela levantou o aparelho em suas mãos.

- Ele está na sala, na mesinha ao lado do sofá – desliguei a pipoqueira assim que ela parou de cuspir as pipocas.

- Já está pronto?

- Só vou colocar um pouquinho de sal – peguei o saleiro e salpiquei sobre as pipocas perfeitamente estouradas – prontinho.

- Eu escolho o filme – ela falou pegando a tigela e virando de costas – e aviso logo que não vai ser nada de terror.

- Pensei que hoje fosse a minha vez de escolher – falei seguindo-a até a sala.

- Se você escolher, quais são as chances de ter bode, demônio, espírito ou assassinato? – Enid perguntou sentando no sofá com a tigela entre as pernas dobradas e conectando o seu celular ao carregador.

- Eu diria que altas – peguei o controle remoto e sentei ao lado de Sinclair.

- Então eu escolho – ela sorriu e tomou o controle da minha mão.

Dei de ombros e peguei um pouco da pipoca. Sinclair passava pelos títulos de filmes e parava quando algum cartaz lhe chamava atenção.

- Por favor, não escolhe nada que cachorro morra – falei fazendo cara feia para Maley e eu.