AO MEU DOADOR COM CARINHO cap 5

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Recadinho no final para vocês :)

Respirando fundo... bora lá...

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Lembro da primeira vez que me deparei com o termo "confort person", foi em um livro, mas infelizmente eu já não lembro qual, mas lembro perfeitamente da definição: Confort Person, uma pessoa de conforto, é aquela pessoa que te faz sentir feliz, protegido, apenas com um olhar. É a pessoa que te faz se sentir menos preocupado ou chateado, a pessoa que quando te abraça faz todos os problemas sumirem como mágica, faz com que todas as soluções sejam óbvias e que todos os desafios sejam meros obstáculos. A sua pessoa de conforto te faz perder o ar durante uma gargalhada, faz suas bochechas doerem de tanto que te faz sorrir, te traz paz, faz seu coração ficar quentinho como uma xícara de chá de hortelã em um dia frio, é a pessoa que te faz sonhar. A minha confort person eu conheci no meio de uma calçada em uma noite fria de outono, enquanto ela brigava com um babaca em frente a uma galeria. A minha pessoa de conforto é baixinha, tem cara de brava e muitos devem acha-la antipática, esnobe, eu também achei na primeira vez que a vi, mas só precisei de dez minutos conversando com ela para perceber que aquilo não passava de uma carcaça que por algum motivo ela fazia questão de vestir. A minha confort person é carinhosa, dedicada, atenciosa, tem um coração enorme, mas é ranzinza quando acorda, e insuportável quando está com fome, ela é a melhor fazedora de cafuné que eu conheço e tem o abraço mais quente e confortável que eu já recebi. A minha pessoa de conforto é Wednesday Night Addams, por quem eu sou completamente apaixonada.

O corpo de Wednesday já pesava contra o meu de tão relaxada que ela estava dormindo sentada na areia da praia entre meus braços. Mas eu não movi um músculo para muda-la de posição, a deixei dormindo encolhida no meu corpo como um filhotinho de bicho preguiça. O dia começava a se aproximar, deixando a praia mais clara, logo os primeiros raios de sol apareceriam, então resolvi acordá-la.

- Amor? – falei baixinho no seu ouvido, sentindo o aroma dos seus cabelos.

- Hum... – ela resmungou e eu apertei seu corpo.

- O dia já está nascendo, meu bichinho preguiça – eu continuava falando baixinho, como se lhe contasse um segredo.

- Humrum – Ela se moveu entre meus braços e abriu os olhos que demoraram alguns segundos para se acostumar com a claridade que já começava a reinar. – Pensei que eu fosse morceguinha – sua voz saiu rouca de sono e ela voltou a fechar os olhos.

- Mas é – deixei um beijo em seus cabelos negros – minha morceguinha.

- Só sua lobinha, mas não fala isso para ninguém – ela falou e eu ri.

Sabe apelido bobo de casal? Esse era o meu para ela, e ela me chamava de lobinha, já que em momentos de tédio ou de fofura extrema eu acabo dando-lhe uma mordida, sem nenhuma necessidade, eu sei. É algo nosso, dos nossos momentos fofos de intimidade, mas que ela precisou lidar com as piadinhas do irmão e dos amigos depois que expôs em La Belladonna.

- Está ficando quente.

Wednesday afastou suas costas de mim e esticou uma perna de cada vez, puxando a calça de moletom até acima do joelho, puxou as mangas do blusão do Slipknot que ela usava para dormir, prendendo-as no ombro, amarrou os cabelos em um coque no topo da cabeça e eu tirei o lençol que estava sobre os meus ombros cobrindo a nós duas.

- Também, amor, você colocou uma calça de moletom no verão.

- Desculpa, eu não prestei atenção ao dress code do convite feito as quatro da manhã – ela deu ênfase ao horário, me fazendo rir.

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora